3 de janeiro de 2010

Um soneto de Antoniel Campos, Pau dos Ferros RN

Biscoito fino

De novo, eis-me aqui às sete e tanto,
faltando muito pouco para as oito
(como se o tempo fosse um intervalo
entre as sete e as oito — ou ao contrário.

Não, não. Não é. O tempo é o que se pega.
Puntiforme. Sem tempo que o meça.
Diria um quase instante. Mas não é.
O instante sabe o pós. Falo de pré,

de coisa que se finda e não começa.
Que sabemos que há, mas que escorrega
dos dedos e das mãos, sem que o horário

— sete às oito — transcorra. Mais não falo).
E eu, que do finíssimo biscoito
nada sei, me atraso ou me adianto?

Um comentário:

Jarbas Martins disse...

Biscoito fino,MESMO.Um abraço,Antoniel.

Jarbas Martins.