1 de abril de 2006

O Sono de um Justo

Poema de Lívio Oliveira
Foto: Oswaldo Ribeiro

Um mundo à parte,
silêncio e sonho.
O ser mágico entoa cantos
para dentro de si.
Seu pensamento pára
e o tempo estagna
na própria fonte.
Uma fábula estranha
é narrada no idílio
e é só música,
é só cores
a dimensão
em que penetra.

O mago tem poderes
que não são os dos outros,
homens tristes,
ou, iniludivelmente,
tragados pelo real.
Realidade é um mal
que o mago não experimenta.
Foge desse universo,
desse espaço
de dimensões exatas,
exatamente limitadas.
Transmuda-se,
fixa-se
num dos planetas
manchados
das tintas
fortes
que escolheu,
da sua paleta,
depois de ter escolhido
um beco,
um Beco
onde descansar
de sua luta
lúdica,
lunática,
utópica.

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