3 de agosto de 2006

Revista Papangu - 30ª Edição


Valei-me Meu Santo Sem Jeito!

Chegamos ao trigésimo número da nossa publicação e, como acontece todos osmeses, a Papangu bota a cara na rua. Dessa vez se "pelando" de medo dasbalas perdidas - pois somos da época em que só encontrávamos bala perdida,às vezes Maluquinha, a caminho da escola. A onda de violência tem deixadoatônita a família brasileira, que, em coro, clama: "Valei-me meu Santo SemJeito".

Diante dos acontecimentos nas cidades paulistas, a Papangu traz em chamadade capa o governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo, que, mesmo como caos instalado, recusa a ajuda do governo federal e desdiz qualquercomentário sobre a violência em São Paulo. Dormindo com o Inimigo, literalmente, o sobrancelhudo é o grande ganhador do nosso Troféu Papangu.

Alexandro Gurgel assina o espaço Talento Potiguar, que foca a cantoranorte-rio-grandense Khrystal: Sobre a pauta, o próprio Alexandro comenta:"Essa matéria deixa transparecer a certeza de que a música potiguar viveuma ebulição qualitativa, tendo a cantora Khrystal como uma autênticarepresentante dessa geração." Em companhia do retratista Carlos José, odestemido Alexandro Gurgel foi a casa do escritor Marcos Ferreira, comquem gravou a Entrevista deste mês de julho. Marcos, que é considerado poralguns da cena literária potiguar e pela imprensa de vanguarda como o"Machado de Assis mossoroense" (apenas Foice de Manuel, como ele própriorebateu), é um intelectual autodidata que vem se firmando pela seriedade econsciência artística com que desempenha o seu papel de homem de letras.Uma entrevista que certamente provocará grande incômodo naintelectualidade papa-jerimum, pois Marcos, além de falar de sua vida,literatura, jornalismo, projetos de publicação, etc., apontou suametralhadora giratória em todas as direções, fazendo uma ampla econtundente crítica sobre vários aspectos da vida cultural do Estado.

Em Autores & Obras, do bibliófilo Carlos Meireles, a obra de OliveiraPaiva, Dona Guidinha do Poço. "Qui hai coisa, é bom escogitá. Aquela Guidatambém! aquilo é uma danada, levada da breca, da carepa e da canita, e seela não fez ainda um terramote é mó de que Seu Majó tem oração forteconsigo..." Oliveira Paiva, para nosso extremo prazer, impregna, com avolúpia de sua prosa, o drama da traição nessa obra. Imperdível.

Lívio Oliveira, na seção Especial, fala sobre o grande homem das letrasDorian Jorge Freire, que era, em realidade, surpreendente, e, cumprindo apromessa feita, só parou quando a "máquina" quebrou. Duas páginasdiscorrendo sobre esse grande mossoroense, Dorian Jorge Freire e oslivros.

"No Teto do meu Mundo", de autoria do jornalista Carlos Santos, está nanossa página reservada à Crônica. Carlos fala sobre as maravilhas daacolhedora cidade serrana, situada a mais de 750 metros acima do nível domar, Martins/RN. O Conto desse nosso número 30 é assinado pelo doutor emHistória Diógenes Carvalho Veras, sob o título "1982 no Rio Grande doNorte". Um caso embaraçoso vivido em um comício pelos apresentadores doscandidatos.

Nesta edição, encontraremos, ainda, contos, artigos, poemas, e o humorcáustico nas seções "Em Cartaz"; "Pei-Bufo", com os chargistas Amâncio eEdmar Viana; nossas cobranças de sempre no espaço "Raio-X", além dosvalorosos papangunistas Antônio Alvino da Silva Filho, Alexandro Gurgel,Antonio Capistrano, Cefas Carvalho, Damião Nobre, David Leite, LívioOliveira, Louro Dedé, Marco Túlio, Raildon Lucena, Túlio Ratto e YasmineLemos.

Depois de tanta coisa boa nas páginas da Papangu, só nos resta pedir aNossa Senhora da Paz que nos mantenha na mais absoluta paz, claro.

Nenhum comentário: