3 de setembro de 2006

Cinco anos sem Andréa

Andréa ao lado de mamãe, durante o período em que fazia o tratamento de quimioterapia.

Fotos e texto: Alexandro Gurgel
Ela era uma pessoa cheia de vida, acreditava que poderia vencer o câncer que a corroia e que lhe causava dores imensas. Ainda no hospital, a médica disse que a doença tinha recuado, Andréa poderia conviver com aquilo por vários anos. Mesmo com o curso de evolução de um processo de metástase, minha irmã poderia habituar-se ao câncer linfático por muitos anos. Mas, o tumor maligno apareceu em sua cabeça, aumentando de tamanho diariamente, causando dores de cabeça imensas, a ponto de desviar a órbita do seu olho direito.

Numa manhã de segunda-feira, dia 03 de setembro de 2001, três dias antes de completar 36 anos, a dor foi tão grande que injeções com doses cavalares de morfina não foi suficiente para regredir a dor. O corpo debilitado de Andréa não suportou tanta droga e parou por insuficiência respiratória, aliviando o desespero daquela menina traquina de olhar sereno e de sorriso doce.

Em janeiro daquele fatídico ano de 2001, quando Andréa descobriu que estava com câncer, ela trouxe a notícia para a família sem abalos psicológicos, parecia que já estava com argumentos a postos para tranqüilizar todos, dizendo que venceria mais aquela batalha. Durante o período que fez o tratamento com quimioterapia, Deinha nunca deixou de sair para ver os amigos, mesmo com a perca dos cabelos que ela disfarçava com perucas muito bem produzidas.

Na sua motocicleta, ela saía para rever os amigos ou encontrar pessoas na Rua Chile, seu point favorito nas noites descabidas de sexta-feira. Sempre tinha as amigas como companhia. Gostava de conhecer novas pessoas, com quem conversava horas sem fim, como se adivinhasse que a vida lhe seria lacônica. Andréa não tinha desavenças com ninguém, amava seus amigos e era acolhida por todos naquelas horas de desespero depressivo, breves momentos causado pela enfermidade.

Durante sua breve vida, Andréa trabalhou como editora de imagens na TV Cabugi e Ponta Negra, onde fez grandes amigos. Depois de algum tempo, resolveu morar em Londres, onde passou mais de três anos ao lado de Paulo (cubano) Cedric, seu grande amor e de quem teve um filho, Lucas, atualmente morando com o pai no Velho Continente. Na sua adolescência, casou com Geraldinho, sua primeira paixão, gerando uma filha, Andressa, desse grande e conturbado amor.

Hoje, cinco anos depois, a saudade de Andréa ainda lateja no peito, como se o coração transbordasse em lagrimas, sentindo falta do seu sorriso maroto, do seu jeito astral de ver as coisas da vida. Eu, meu irmão Cleber e minha mãe Romilda ficamos órfãos da presença de Deinha. Mas as lembranças da nossa irmã estão tatuadas nas nossas almas para que nunca esqueçamos que um dia convivemos com uma menina cheia de encantamento, levada por Deus para alegrar os céus.

4 comentários:

Anônimo disse...

Acabei de conhecer essa menina linda que um dia Deus te emprestou como irmã.
Me emcionei.. Lembro quando morei em Natal e por algunbs segundos me senti amigo de Andreia.
Um beijo...
Um Abraço..
Do Clilson Junior
João Pessoa - Paraiba

Anônimo disse...

Conheci Deinha e rapidamente me apaixonei por ela. Ia quase os dias vê-la, sentado na porta de sua casa, recitava poesias e sonhava tê-la. Não foi possível, pois ao voltar de um giro pela Índia, ela já tinha conhecido Paulo. Sai de cena para reencontrá-la e dar guarita a ela por ocasião do seu retorno de Londres. Depois ela conseguiu um espaço em Ponta Negra e nos víamos vez por outra.
Depois soube da notícia, me lembro dos bons tempos, bons momentos, foi bom conhecer Deinha e sempre lembro dela com amor.
Que seu espírito esteja no plano superior alegrando a todos e, quem sabe, nos ajudando por aqui que continuamos tentando evoluir.
Que assim seja, Flávio Rezende

Anônimo disse...

Alex,
quando soube que vc era irmão de Andrea ,não tive coragem de falar sobre o assunto.Acho sofrido demais para comentar.Mas hoje lendo seu texto lembrei dela na TV POtengi onde trabalhamos juntas.Sou prima em segundo grau de Paulinho.Andrea era uma pessoa que irradiava alegria,luz.Os olhos sempre vivos e brilhantes, caracteristica que nunca me esqueci.Acredito que ela esteja em paz e muito melhor do que nós,que ficamos com a saudade matadeira.
um beijo pra vc
Yasmine

Anônimo disse...

DEDEIA,
DEMAIS MINHA COLEGUINHA DA BODEGA DA PRAÇA, DOS BANHOS NAS AGUAS CALMAS DO MORRO CARECA, UMA VILA DE PONTA NEGRA NATIVA, ORIGINAL SEM ESPIGÕES ARMADOS COMO HOJE, SINTO SAUDADE DAS FESTAS COM ENCERRAMENTO NO FINAL DOS ONIBUS, CARAMBA TUDO ERA FACIL, SIMPLES E ERAMOS FELIZES.........
BEIJOOOOOOOOOOOS ANDREA