Nesse espaço inexiste luz e fala
Antoniel Campos
Nesse espaço inexiste luz e fala,
o seu tempo é estático e indefinido,
seu formato é de nunca concebido
e um aroma de frio se lhe exala.
Nada fixa e tudo lhe resvala,
tem seu sim quando um não lhe tangencia,
não diz nada e de nada se anuncia,
traz em si tudo o quanto não tem nome,
regurgita esse nada e se consome,
só, então, feito nada, se inicia.
*-*-*-*-*-*-*
Soneto para Maria
Licurgo Carvalho
Musa galega! Um gesto de dor ou de afeição
Rogo para nunca a feiúra chegue a esse cândido semblante
Diante de Poti, conserva a rudeza pura do sertão
Do Potengi, suplicai a ausência do inferno pálido de Dante.
Em teu olhar não quero a tristeza; não quero
Em tua boca, o suave e idílico veneno da paixão
Contenta-te com o vultoso guerreiro de Homero
Extraindo prazeres de um parnasiano coração.
Deixai-me com memórias do teu corpo, imagem atrativa
O amor, cujo som, de uma harmonia pulsa incessante
Que cante aos ouvidos d’alma, uma poesia limpa e viva.
Versos que acalentem as lembranças no canto do Curió
No leito de Vênus, onde amamos intensamente,
Deixasse impressões nesse epitalâmico chão do Seridó.
Um comentário:
adorei muito bom
Postar um comentário