23 de dezembro de 2006

Um espetáculo pífio marca a estréia de “Um Presente de Natal”

O espetáculo "Um Presente de Natal" é apresentado em frente ao Palácio da Cultura".
Foto e texto: Alexandro Gurgel

O espetáculo “Um Presente de Natal” estreou sua temporada 2006, nessa quarta-feira, 20 de dezembro, apresentando uma performance teatral ordinária, comparando com apresentações de outrora. Considerado o mais antigo espetáculo cênico ao ar livre do Rio Grande do Norte, o “Presente de Natal” celebra o 10º ano com peças diárias, até o dia 29 de dezembro, em frente ao Palácio da Cultura, na praça Sete de Setembro.
Diferente de anos anteriores, onde superproduções montavam elementos cênicos inovadores, a versão 2006 do espetáculo parece ter problemas com a execução da peça porque não mostrou criatividade interpretativa, limitando os diálogos dublados entre Mateus e Catirina, personagens do boi-de-reis. O próprio folclore de boi-de-reis, folguedo tradicional no Estado, tem uma aparição rápida em cena, quase imperceptível para olhos mais desatentos.
Sem a mesma pompa do ano passado, quando o espetáculo percorreu as cidades de Caicó, Pau dos Ferros, Mossoró e Zona Norte de Natal, a peça teatral “Um Presente de Natal” conta com um elenco de 68 pessoas, entre atores e bailarinos, além de um coral de 110 crianças do Paço da Pátria, periferia natalense, que ocupa as janelas do palácio.
Ente as cenas de dança, dois bailarinos em cadeiras de rodas dão um show a parte. O destaque para a atuação dramática fica por conta da atriz Cláudia Magalhães, cujo talento é visto por um pequeno público acomodado em cadeiras de plástico, sem arquibancadas. “Esse ano, o espetáculo está mais fraco do que no ano passado”, resume a dona-de-casa Maria Gorete da Conceição, que assistia ao show.
A edição 2006 do auto natalino “Um Presente de Natal” retrata o nascimento do Menino Jesus e tem a supervisão artística da coreógrafa e produtora Diana Fontes, com direção de Henrique Fontes, Daniela Flor e Bianca Dori. O texto é de Racine Santos e a música de Danilo Guanais, que atua também como dramaturgo. “Inserimos na apresentação deste ano vários momentos dos anos anteriores como forma de celebrar a trajetória deste espetáculo”, revela Henrique Fontes.
De acordo com Henrique Fontes, o texto de “Um Presente de Natal” mantém os folguedos característicos do período natalino, mas com roupagem nova. “Fizemos uma releitura contemporânea do nosso folclore”, conta Fontes. Segundo ele, o ponto alto da peça está justamente no nascimento de Cristo, representando uma nova esperança para a humanidade.
A 10ª edição de “Um Presente de Natal” tem investimento e realização do Governo do Estado, através da Fundação José Augusto, e também patrocínio da Cosern e Banco do Brasil, ambos através da Lei Câmara Cascudo.

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