6 de fevereiro de 2007

Toponímia do Rio Grande do Norte

Principais nomes INDÍGENAS dos municípios potiguares.

ACARI – peixe d’agua doce, cascudo, acari-de-pedra.

AÇU – vem de tabaaçu, aldeia dos Trarairus Janduís.

ALCAÇUZ – raiz de uso para medicamentos.

APODI – nome de um chefe Paiacu que residiu no local.

CABUGI – serra em Angicos. Resto de um antigo vulcão. Cabu: vespa negra, maribondo; gi: água: água do maribondo.

CAICÓ – tribo dos Caicós. Morada dos Cariris Caicós.

CANGUARETAMA – de caá-guá-retama: florescência de caraguatás, gravatás.

CARAÚBAS – árvore resistente; caraú-umbá: fruto de casca negra.

CARNAÚBA – (Carnaúba dos Dantas) caraná-iba: árvore escamosa, áspera, rugosa.

GUAMARÉ – de guami-ré: o sabor da comida, o gosto dos alimentos.

GUARAPES – lugar em Macaíba. Guará-pe: o caminho dos guarás.

IGAPÓ – aldeia à margem esquerda do Rio Potengi onde residiam os chefes potiguares quando os portugueses chegaram. De ig-apó: água que invade, alagado.

ITÃS – de itã, concha grande. Também poderá originar-se de ii-tã, a rã forte, alusão ao coaxar do animal que imita o som do martelo na bigorna. É a rã de cifre: itanha, rã-ferreiro.

JAÇANÃ – de ia-çanã, o indivíduo que grita alto. É a ave aquática Parra Jaçanã.

JACUMÃ – de ia-cumã, timão, leme, por analogia, piloto, proeiro da jangada.

JANDAÍRA – de iandi-eira, abelha de mel.

JANDUÍS – indígenas da nação Tarairú, do nome do chefe, guerreiro poderoso, aliado aos holandeses. (A Ema seria o totem da tribo. No escudo holandês do Rio Grande do Norte, concedido em 1639 pelo conde Maurício de Nassau, tem a figura de uma Ema). A cidade já foi chamada de SÃO BENTO DO BOFETE.

JAPECANGA – de iu-pe-caga, a castanha seca de espinhos, a epiderme enxuta e espinhenta.

JAPI – de ia-pu, o barulhento, o que faz rumor. É o nome tupi do Xexéu.

JENIBAPU – de janipab-u, onde se come jenipapo.

JIQUI – de i-ké-i, aquele em que se entra, armadilha para peixe.

JUNDIÁ – de iu-nd-á, a cabeça armada de barbatanhas. Peixe de água doce.

JUNDIAÍ – de iu-ndiá-i, o rio dos jundiás.

MACAÍBA – de macá-iba, árvore de macaba, coco de polpa viscosa e comestível.

MARACAJAÚ – de maracaiá-u, rio dos maracajás, gato-maracajá.

MIPIBU – de mpi-bu, o que surge, emerge, alusão a fonte do rio, brotando do seio do bosque.

MOSSORÓ – indígenas cariris do grupo MONXORÓ ou MOXORÓ.

MURIÚ – de moro-uú, onde há água de beber.

PAJUSSARÁ – de ipajuçara, lagoa de palmeiras Juçara. Denominam comumente locais de lagoas e alagadiços.

PANATIS – indígenas Tarairús.

PAPARI – de upa, lagoa e pari, armadilha de pesca. A operação de pescaria rudimentar chamava-se PASPAY – com a fusão das línguas tupi e portuguesa, ficou PAPARY.

PARNAMIRIM – de paranã-mirim, rio pequeno.

PIRANGI – de pira-gi-pe, o rio das piranhas.

PITANGUI – de pitan-gi, o rio vermelho.

PITIMBU – de pitom-bu, rio do fumo.

PIUM – de oi-u, o que pica ou morde. É um mosquito miúdo.

POTENGI – de poti-gi, rio dos camarões (poti-guara, comedores de camarão).

POTI – camarão.

SAGI – de uça-gi, rio dos uças, rio dos caragueijos uças.

SERIDÓ – de ceri-toh, sem folhagem, pouca folhagem ou cobertura vegetal.

TANGARÁ – de ata-cará, o que anda em saltos, o pulador. Ave que não pertence a fauna potiguar.

TIBAU – de tipaun, morro entre duas águas, ou dois rios.

TRAIRI – de taraíra-i, o rio das traíras.

Fonte: CASCUDO_Luís da Câmara. "Nomes da Terra". Editora Sebo Vermelho. Natal RN. 2004.

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