Por Alexandro Gurgel
Depois de ter o comércio roubado por três vezes, os donos do Bar do Coelho, os irmãos João Maria e Edvaldo Campos, resolveram colocar uma faixa em frente, solicitando que o ladrão venha vender os produtos dos furtos no próprio bar "porque comprar de novo no mercado informal custa muito caro", como está escrito na faixa.
Apesar do Bar do Coelho ficar a menos de 20 metros da 1ª Delegacia de Polícia da capital, os arrombamentos continuaram acontecendo. Conforme os proprietários, há cerca de dois meses o ladrão invadiu o bar pelo telhado e furtou uma mesa de som, microfone sem fio e outros objetos eletrônicos.
Já que a polícia não resolveu até agora, os proprietários estão apelando para que o próprio ladrão venha vender os objetos mais baratos às vítimas. Nesse caso, a faixa ainda promete ao ladrão segredo absoluto, pois os donos do bar não querem ser presos por receptação.
De acordo com Edvaldo Campos, foi prestado queixa na 1ª DP e feito um Boletim de Ocorrência dos três roubos, mas até agora nada foi esclarecido, "apesar de haver pessoas suspeitas para o último caso", reforça Edvaldo.
Os proprietários do Bar do Coelho afirmam que foram recebidos com hostilidades na Delegacia e o chefe de investigação, Divanilson Dantas, sugeriu que as vítimas fossem procurar os ladrões porque "a polícia não tinha bola de cristal para saber quem era o ladrão", nas palavras do policial, segundo Edvaldo Campos.
O Grande Ponto ouviu o senhor Divanilson Dantas, chefe de investigação da 1ª DP, que disse ter prendido o suspeito, apontado pelos proprietários do bar, mas teve que soltá-lo por falta de provas. "A polícia fez o que podia, mas sem provas ou testemunhas não poderemos acusar ninguém", disse o policial.
Apesar da ironia contida na faixa, os proprietários do Bar do Coelho esperam chamar a atenção das autoridades no sentido de proteger as pessoas que moram no centro da capital. "Vivemos numa insegurança muito grande. É preciso que alguma coisa seja feita. Não é possível continuar dessa maneira", desabafa Edvaldo.
Bar do Coelho é um dos mais tradicionais de Natal
"A boemia de Natal encontra-se no Bar do Coelho", a frase é um aviso aos novos boêmios e está escrito há anos nas paredes do Bar do Coelho, na Cidade Alta, como marca de um espaço que preserva a tradição da boa música.
Com 30 anos de vida, o Bar do Coelho costuma atrair um grande público nos finais de semana, conservando a peculiaridade no cardápio, de ser o único bar na cidade a servir carne de coelho, cujo prato deu origem ao nome do local.
Segundo João Maria Campos, os estabelecimentos não trabalham com o coelho pelo fato de ser uma carne cara e também pela falta de hábito da maioria dos natalenses em saborear tal petisco. Mas, João Maria ressalta que muita gente, após comer, torna-se cliente assíduo.
No cardápio, a carne de coelho é servida ao alho e óleo, na brasa, ou guisada. Além do coelho, o cardápio oferece pratos típicos da culinária nordestina como buchada, bisteca, carne de sol, costela de porco, peixe, guisado, frango, lingüiça, tripa e caldos diversos.
Apesar da proximidade com a Igreja do Galo, os proprietários do Bar do Coelho afirmam que nunca houve nenhum tipo de problema com o clero católico e com nenhum outro vizinho.
Como aos sábados tem música popular brasileira e chorinho ao vivo e, nas sextas-feiras, um grande forró com banda do tipo pé-de-serra, o som é devidamente controlado para não perturbar nenhum vizinho.
Um comentário:
Essa é boa, meu caro. Outra coisa: Como conseguir a última Papangu? Independente de ser um leitor atento da revista, fiquei curioso sobre a possível citação ao Diarim. Teria como, ao menos, enviá-la para mim? A Maria Bunita mora longe pra burro, no interior das Alagoas, e não sei se ela vai ter acesso ao tal número da Papangu.
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