5 de agosto de 2007

AG Sued
Rastros
Séfora Mandarina, São Paulo SP

Encontro tua língua ácida
dentro de mim.
Passeia como uma Naja
e busca algo que não posso te dar:
A seiva de meu ser,
já pálido, esquálido,
que enternece todo homem
nessa busca escorregadia,
repetitiva,
de uma dor
na medida exata.

Que faço se não sou
tão generosa?
Como te presentear nesta noite?
Amor, oh! Amor!
Tu clamas e eu me assusto
com o brado escandaloso
do desejo refreado
em meio à madrugada.

Que posso fazer?
Te acaricio a fronte tensa
e nada mais consigo.
Digo palavras
com a insípida e afiada prova
da mentira.

Amor, oh! Amor!
Se eu tenho outro dentro de mim!

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