23 de agosto de 2007

Dicas de Leituras

Romance
Quincas Borba, de Machado de Assis
“Rubião fitava a enseada, — eram oito horas da manhã. Quem o visse, com ospolegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo,cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo quepensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano?Professor. Que é agora? Capitalista! Olha para si, para as chinelas (umas chinelas deTúnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para aenseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra namesma sensação de propriedade.”
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Conto
A aliança, de Luis Fernando Veríssimo
"Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro."
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Novos autores
Pensamos que somos eternos, de Sónia Bettencourt
“As pessoas saem do autocarro e espalham-se pela rua. Três horas. "Três horas é sempre tarde ou cedo para aquilo que queremos fazer", li em qualquer lado. É a hora em que fazemos a digestão com o estômago vazio.Um sol frio arrepia-me até aos ossos. A luz anémica provoca-me dores de cabeça. Uma náusea, diria.Dirijo-me para casa a passos largos, por um caminho estreito e vazio, como se alguém estivesse à minha espera. Gostaria de ter alguém à minha espera. Aborreço-me pela primeira vez de estar sozinho.”
Leia "Pensamos que somos eternos" na íntegra

Resenha – Ficção
O Desastronauta, Flávio Moreira da Costa
"Um livro onde o que menos importa é a história, até porque não há nenhuma. A melhor classificação seria metalivro, pois é uma crítica ao próprio livro como instrumento universal de informação. Além de não haver história, o livro segue uma seqüência de contos que sozinhos não significariam muito, mas no conjunto complementam-se."
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Poesia
Via-Láctea, de Olavo Bilac
“Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
Que, aos raios do luar iluminada,
Entre as estrelas trêmulas subia
Uma infinita e cintilante escada.

E eu olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada
Degrau, que o ouro mais límpido vestia,
Mudo e sereno, um anjo a harpa
Ressoante de súplicas, feria...”
Leia “Via-Láctea” na íntegra

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