MIGALHA
no doce queirume da bicicleta
apenas
o caminho
em linha reta
me sobra
A MESA, A MESA
na malha fria dos anos passadiços
mainha costurou uma toalha de mesa
bordada de azuis num recanto muito íntimo
espalhada em doçura
com néctar de frutas pintadas em molde vazado
todo fim de tarde
mainha organizava silenciosamente
um ritual todo passivo e todo secreto
a poeira em átomo desfeita
a broa feito borra de alimento
o mel circuncizado
o jogo de luz entre as telhas
a jarra
a jarra
e o zunir incandioso da água
se fartando num caneca de ágata.
Um comentário:
é sempre uma honra aportar por aqui, querido Alex!
um abraço!
Iara
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