9 de maio de 2008

Interação Onírica

ARTIGO

por Plínio Sanderson

A celebração ao Dia do Artista Plástico em 2008 trouxe uma novidade, a tematização. Seria o definhamento da pintura? Esse ato criativo gerado por emoção/espanto, que necessita se comunicar através de uma habilidade, revelando mitos e descrevendo a relação destes com seu meio geográfico, ou, a ilusão sensível das cores há de se perpetuar no tempo/espaço humanos.

Onde encontrar raízes, delimitar rupturas, denotar raridades, distender “ismos” ou tendências? O conceito: “Interativo, não Contemplativo”, causou um estranhamento. Instituindo a possibilidade de uma ação mútua/recíproca entre dois ou mais corpos/objetos, ou ainda, entre duas ou mais pessoas, tenta permear um diálogo. Um movimento corpo/mente, espécie de per-missão estética para experimentar. Buscar novos suportes, abordagens e vivências. Objetos em adjetivação, arqueologia do vir a ser Arte, repleta de significações e atitudes, muito além da arbitrariedade do signo. Um pulsar da simbologia do acaso, forjado na imaginação alquimista do artista - que traduz a dimensão onírica da matéria.

A labuta do artista transcede à alegoria e o símbolo. Leva-nos a descobrir o sentido da própria história. Faz ver a visão, falar a linguagem, ouvir a audição, sentir as mãos e o corpo emergir o natural da natureza, o cultural da cultura. Arte é, pois, revelação e interação da essência humana, deveras esquecida em nossa efêmera existência cotidiana.

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