Quero meu sertão de volta
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Amada Mãe Natureza
é cum imensa tristeza,
qui eu cheguei à cuncrusão;
qui êsses tempo muderno,
tá transfóimando num inferno,
o meu amado sertão.
Anselmo Alves tem razão,
tá havendo discunstrução,
da curtura sertaneja.
Vô cum êle, me ajuntá,
qui é prumode nóis lutá,
e vencê essa peleja.
A tá tequinologia,
já entrô no dia a dia,
do irmãozíin sertanejo.
E ais nossas tradição,
eu percuro, mais in vão;
e ais nossas raiz, num vejo.
Forró muderno, na marra,
cum bateria e guitarra,
pru mode uis povo dançá.
A tá grobalização,
tá matando, meu irmão;
a curtura populá.
Ais musga qui a gente iscuta,
fala in rapariga e puta ,
in cachaça e cabaré.
Isso qui uis pôvo cunsome,
vai imbrutecendo uis hôme,,
e distratando ais muié.
E toda essa indecênça,
é feita c’á cunivênça,
dais Prefeitura, dotô.
O sinhô pode apostá,
qui já existe inté “jabá”,
nais rádio do interiô.
Ais campanha do Gunvêrno,
se incronta cum o disgunvêrno,
é difíce se lutá.
Pruquê nais praça, meu irmão,
só se passa p’ro povão,
bebê, caí e se alevantá.
Ais muié tem hoje in dia,
munto mais delegacia,
porém, véve tudo a êrmo.
Pôcas iscuta poesia,
só musga de putaria,
qui distrata a elas mêrmo.
Meu Deus, isso me revorta;
QUERO MEU SERTÃO DE VORTA,
do jeito de antigamente.
Quando ais Festa de São João,
preséivava ais tradição,
e ais raiz da nossa gente.
Quando ais cabôca facêra,
nais Festa de Padruêra,
ficava tudo infeitada;
cum uis lindo laço de fita,
cum uis seus vistido de xita,
ô suais saia rodada.
C’á sua bôca incarnada,
surrindo p’ro camarada,
ô fugindo do irmão.
Cum seu oiá cativante,
e cum o brio mais briante,
machucando uis coração.
A muié, p’ro trovadô,
merece caríin e amô,
é sua musa adorada.
Prá mim é munto querida;
merece casa e cumida,
e tombém, rôpa lavada.
Ela é prá sê respeitada,
in verso e prosa, isartada,
mêrmo quando acende o facho.
Mêrmo no amô iscundido,
do namôro improibido,
lá na bêra do riacho
QUERO MEU SERTÃO DE VORTA,
mode uví cêdíin, na porta,
o canto da sariema.
Cum o anum branco cantando,
cum o bizerríin berrando,
inspirando o meu poema.
Cum o forró de chão batido,
cum o papagái inxirido,
cum o jumento garanhão.
Cum uis matuto numa réca,
feliz jogando suéca,
no aipende do patrão.
Cum uis minino a jogá bola,
c’á professôra da iscola,
cum o bode pai de chiquêro;
cum uma boa panelada,
debaixo de uma latada,
na sombra de um imbuzêro.
Cum o café virge no cáco,
cum o véi chêrando tabaco,
c’ais festa de apartação.
Cum ais cuiêta de mío,
c’áis bêsta e porda no cio,
cum ais póica e cum uis barrão.
Cum o orváio da madrugada,
cum a melancia quebrada,
mêi dia in preno roçado.
Cum o vaquêro aboiadô,
tangendo o reprodutô,
de lá da mata, incorado.
Cum o carro qui vem da fêra,
cum uis tiro de ronquêra,
nais noite de São João.
Cum ais sangria duis açude,
cum a linguage pura e rude,
do matuto meu irmão.
Cum ais apanha de aigodão,
cum ais prosa duis pinhão,
dento duis alojamento.
Cum o carro de boi cantando,
cum o cachorro acumpanhando,
seu canto, quage um lamento.
qui eu cheguei à cuncrusão;
qui êsses tempo muderno,
tá transfóimando num inferno,
o meu amado sertão.
Anselmo Alves tem razão,
tá havendo discunstrução,
da curtura sertaneja.
Vô cum êle, me ajuntá,
qui é prumode nóis lutá,
e vencê essa peleja.
A tá tequinologia,
já entrô no dia a dia,
do irmãozíin sertanejo.
E ais nossas tradição,
eu percuro, mais in vão;
e ais nossas raiz, num vejo.
Forró muderno, na marra,
cum bateria e guitarra,
pru mode uis povo dançá.
A tá grobalização,
tá matando, meu irmão;
a curtura populá.
Ais musga qui a gente iscuta,
fala in rapariga e puta ,
in cachaça e cabaré.
Isso qui uis pôvo cunsome,
vai imbrutecendo uis hôme,,
e distratando ais muié.
E toda essa indecênça,
é feita c’á cunivênça,
dais Prefeitura, dotô.
O sinhô pode apostá,
qui já existe inté “jabá”,
nais rádio do interiô.
Ais campanha do Gunvêrno,
se incronta cum o disgunvêrno,
é difíce se lutá.
Pruquê nais praça, meu irmão,
só se passa p’ro povão,
bebê, caí e se alevantá.
Ais muié tem hoje in dia,
munto mais delegacia,
porém, véve tudo a êrmo.
Pôcas iscuta poesia,
só musga de putaria,
qui distrata a elas mêrmo.
Meu Deus, isso me revorta;
QUERO MEU SERTÃO DE VORTA,
do jeito de antigamente.
Quando ais Festa de São João,
preséivava ais tradição,
e ais raiz da nossa gente.
Quando ais cabôca facêra,
nais Festa de Padruêra,
ficava tudo infeitada;
cum uis lindo laço de fita,
cum uis seus vistido de xita,
ô suais saia rodada.
C’á sua bôca incarnada,
surrindo p’ro camarada,
ô fugindo do irmão.
Cum seu oiá cativante,
e cum o brio mais briante,
machucando uis coração.
A muié, p’ro trovadô,
merece caríin e amô,
é sua musa adorada.
Prá mim é munto querida;
merece casa e cumida,
e tombém, rôpa lavada.
Ela é prá sê respeitada,
in verso e prosa, isartada,
mêrmo quando acende o facho.
Mêrmo no amô iscundido,
do namôro improibido,
lá na bêra do riacho
QUERO MEU SERTÃO DE VORTA,
mode uví cêdíin, na porta,
o canto da sariema.
Cum o anum branco cantando,
cum o bizerríin berrando,
inspirando o meu poema.
Cum o forró de chão batido,
cum o papagái inxirido,
cum o jumento garanhão.
Cum uis matuto numa réca,
feliz jogando suéca,
no aipende do patrão.
Cum uis minino a jogá bola,
c’á professôra da iscola,
cum o bode pai de chiquêro;
cum uma boa panelada,
debaixo de uma latada,
na sombra de um imbuzêro.
Cum o café virge no cáco,
cum o véi chêrando tabaco,
c’ais festa de apartação.
Cum ais cuiêta de mío,
c’áis bêsta e porda no cio,
cum ais póica e cum uis barrão.
Cum o orváio da madrugada,
cum a melancia quebrada,
mêi dia in preno roçado.
Cum o vaquêro aboiadô,
tangendo o reprodutô,
de lá da mata, incorado.
Cum o carro qui vem da fêra,
cum uis tiro de ronquêra,
nais noite de São João.
Cum ais sangria duis açude,
cum a linguage pura e rude,
do matuto meu irmão.
Cum ais apanha de aigodão,
cum ais prosa duis pinhão,
dento duis alojamento.
Cum o carro de boi cantando,
cum o cachorro acumpanhando,
seu canto, quage um lamento.
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