Na última sexta-feira, fiz parte de uma mesa redonda onde foi abordado a pratica do jornalismo cultural em terras potiguares. Com a mediação do jornalista Mario Ivo Cavalcanti, este blogueiro e os jornalistas Tácito Costa e Nelson Patriota discutimos a utilização de novas mídias como forma de manter a cultura viva no jornalismo local.
Nelson Patriota defendeu a publicação de uma revista de cultura, independente e direcionada para esse público. Porém, o nobre jornalista esquece que as revistas 100% culturais dependem do Poder Público para circular. É só olhar o caso da famigerada revista Preá, realizada com todo o apoio do Governo do Estado e, mesmo assim, tem dificuldade para ser feita. Durante a gestão do poeta Crispiniano Neto a frente da Fundação José Augusto, apenas um exemplar circulou. A revista Brouhaha é feita com o dinheiro da Prefeitura de Natal e não tem um periodicidade certa, circulando de três em três meses (ou mais).
A única revista que pratica o jornalismo cultural e tem periodicidade certa há cinco anos e meio é a revista Papangu, onde traz resenha de livros, entrevistas com escritores, analise do mundo musical, destaque (todo mês) para o talento potiguar, seja na música, literatura, artes plásticas, etc... E ainda há um espaço para a divulgação da nossa poesia.
Com toda essa bagagem, a Papangu não trata somente de cultura. Claro que há outros estilos jornalístico no miolo. A prefeita de Mossoró, Fafá Rosado, resolveu processar a revista porque se sentiu ofendida com a capa de três edições passadas que trazia o título “O Remo da Pachorra”, falando sobre as enchentes na Terra de Santa Luzia e da maneira que a prefeitura estava resolvendo o problema, de forma muito lenta.
Mas, a prefeita entendeu que a revista, mesmo subliminarmente, queria dizer: “O Reino da Cachorra”. Pobre prefeita! Ela precisa contratar pessoas inteligentes que façam assessoria com eficiência. Esse tipo de prática fere a liberdade de imprensa e se configura uma menira de querer calar a revista Papangu. A propósito, a prefeita mossoroense quer 100 mil dinheiros de indenização por danos morais. Pode um negócio desse!
Como os jornais natalenses trazem no seu caderno de cultura um grande agendão, onde não há espaço para um jornalismo analítico, Tácito Costa defende que os blogs e os portais de cultura invistam mais nessa área porque há a possibilidade do leitor cultural entrar em contato direto com quem escreve. Foram sitados os blogs Grande Ponto (o primeiro blog cultural do Estado) e o Substantivo Plural (veja link ao lado).
O mediador Mário Ivo Cavalcanti quase batia boca com um estudante de jornalismo (que pensa saber de tudo só porque está cursando o segundo período) porque o aluno disse que a responsabilidade dos jornalistas era formar leitores. Com toda razão, Mário defendeu que essa responsabilidade é da área educacional e o jornalismo cultural é feita para os iniciados, aqueles que consomem esse tipo de literatura.
Com uma dor de cabeça de lascar, fui embora sem assistir a palestra dos poetas e amigos Lívio Oliveira e Céfas Carvalho que discutiram sobre os caminhos da poesia norte-riograndense.
No mais, o 2º Festival Literário de Natal foi uma boa oportunidade para falar sobre o jornalismo cultural praticado nessas plagas e deixou a sensação que há muito para ser debatido. Fico a disposição para os próximos embates.
Nelson Patriota defendeu a publicação de uma revista de cultura, independente e direcionada para esse público. Porém, o nobre jornalista esquece que as revistas 100% culturais dependem do Poder Público para circular. É só olhar o caso da famigerada revista Preá, realizada com todo o apoio do Governo do Estado e, mesmo assim, tem dificuldade para ser feita. Durante a gestão do poeta Crispiniano Neto a frente da Fundação José Augusto, apenas um exemplar circulou. A revista Brouhaha é feita com o dinheiro da Prefeitura de Natal e não tem um periodicidade certa, circulando de três em três meses (ou mais).
A única revista que pratica o jornalismo cultural e tem periodicidade certa há cinco anos e meio é a revista Papangu, onde traz resenha de livros, entrevistas com escritores, analise do mundo musical, destaque (todo mês) para o talento potiguar, seja na música, literatura, artes plásticas, etc... E ainda há um espaço para a divulgação da nossa poesia.
Com toda essa bagagem, a Papangu não trata somente de cultura. Claro que há outros estilos jornalístico no miolo. A prefeita de Mossoró, Fafá Rosado, resolveu processar a revista porque se sentiu ofendida com a capa de três edições passadas que trazia o título “O Remo da Pachorra”, falando sobre as enchentes na Terra de Santa Luzia e da maneira que a prefeitura estava resolvendo o problema, de forma muito lenta.
Mas, a prefeita entendeu que a revista, mesmo subliminarmente, queria dizer: “O Reino da Cachorra”. Pobre prefeita! Ela precisa contratar pessoas inteligentes que façam assessoria com eficiência. Esse tipo de prática fere a liberdade de imprensa e se configura uma menira de querer calar a revista Papangu. A propósito, a prefeita mossoroense quer 100 mil dinheiros de indenização por danos morais. Pode um negócio desse!
Como os jornais natalenses trazem no seu caderno de cultura um grande agendão, onde não há espaço para um jornalismo analítico, Tácito Costa defende que os blogs e os portais de cultura invistam mais nessa área porque há a possibilidade do leitor cultural entrar em contato direto com quem escreve. Foram sitados os blogs Grande Ponto (o primeiro blog cultural do Estado) e o Substantivo Plural (veja link ao lado).
O mediador Mário Ivo Cavalcanti quase batia boca com um estudante de jornalismo (que pensa saber de tudo só porque está cursando o segundo período) porque o aluno disse que a responsabilidade dos jornalistas era formar leitores. Com toda razão, Mário defendeu que essa responsabilidade é da área educacional e o jornalismo cultural é feita para os iniciados, aqueles que consomem esse tipo de literatura.
Com uma dor de cabeça de lascar, fui embora sem assistir a palestra dos poetas e amigos Lívio Oliveira e Céfas Carvalho que discutiram sobre os caminhos da poesia norte-riograndense.
No mais, o 2º Festival Literário de Natal foi uma boa oportunidade para falar sobre o jornalismo cultural praticado nessas plagas e deixou a sensação que há muito para ser debatido. Fico a disposição para os próximos embates.
6 comentários:
AS REVISTAS PREÁ E BROUHAHA RE\LMENTE TEM ESTE DEFEITO SIM A PERIODICIDADE O QUE A REVISTA PAPANGU DE MOSSORO CONSEGUE EDITAR MENSALMENTE SIM É VERDADE, MAS NOTA-SE QUE A PREÁ E ABROUHAHA SÃO MUITO MAIS BEM ELABORARDAS, EM TODOS OS ASPECTOS, PROCIPALMENTE NA PARTE DE DIAGRAMAÇÃO E MATERIAS UTILIZADOS, PAPEIS DE PRIMEIRA QUALIDADE E IMPRESSÃO BEM SUPERIOR A PAPANGU, QUE TEM UM CONTEUDO MUITO LEGAL, E TBEM AS MARAVILHOSAS CHARGES DE TULIO RATTO, MAS O PROJETO GRAFICO, O PAPEL, OS ANUNCIOS, E A DIAGRAMAÇÃO ,,SÃO MUITO RUINS, É MELHOR FAZER COM MAIS TEMPO E FAZER ALGO MAIS BEM ACABADO. DIGO POR QUE NENHUMA DA VONTADE DE GURDAR. VEJA A BROUAHA DO POEMA PROCESSO, UM PRIMOR. VALE ESPERAR. ALEXANDRE OLIVEIRA
Amigo Dear! O seu PONTO que já é GRANDE, está ficando cada vez maior... Haja PONTO pra Cultura Potiguar! Adorei suas observações sobre Jornalismo Cultural (há mesmo inda muito por dizer, e por atirar no ventilador também e claro, por fazer!) But, but, but (na porta do Céu!)... Vejo como 'petulante' o mediador 'se trocar' com um estudante que não sabe (inda) o que diz e afirmar que Jornalismo Cultural "é feito para os iniciados, aqueles que consomem esse tipo de literatura"... Me poupe & tenha Dó, ré, mi, fá, sol! (E ainda me pergunto: só literatura é de que é feito tal jornalismo? Jornalismo não é excludente, é inclusivo, seja qual trilha siga ou, ao menos deve ser... Não é para formar, é para informar e não limita a possibilidade de pessoas alheias a vida cultural, simplismente SE INFORME sobre CULTURA...) Ah, e por falar em Fá, achei 'incríve' a sanha - pra não dizer façanha - da prefeita de Mossoró contra a Papangu... (Afff, sem comentários! Ela e tant@s outras merecem troféis mensais por suas ações: PAPANGU nelas!)
Amigo Dear! O seu PONTO que já é GRANDE, está ficando cada vez maior... Haja PONTO pra Cultura Potiguar! Adorei suas observações sobre Jornalismo Cultural (há mesmo inda muito por dizer, e por atirar no ventilador também e claro, por fazer!) But, but, but (na porta do Céu!)... Vejo como 'petulante' o mediador 'se trocar' com um estudante que não sabe (inda) o que diz e afirmar que Jornalismo Cultural "é feito para os iniciados, aqueles que consomem esse tipo de literatura"... Me poupe & tenha Dó, ré, mi, fá, sol! (E ainda me pergunto: só literatura é de que é feito tal jornalismo? Jornalismo não é excludente, é inclusivo, seja qual trilha siga ou, ao menos deve ser... Não é para formar, é para informar e não limita a possibilidade de pessoas alheias a vida cultural, simplismente SE INFORME sobre CULTURA...) Ah, e por falar em Fá, achei 'incríve' a sanha - pra não dizer façanha - da prefeita de Mossoró contra a Papangu... (Afff, sem comentários! Ela e tant@s outras merecem troféis mensais por suas ações: PAPANGU nelas!)
Não estou no segundo período. Me formo ano que vem :)
Interessante que quando eu estive em São Paulo, acompanhando o seminário de Jornalismo Cultural, promovido pelo itau Cultural, a perspectiva da maioria dos debatedores era que o jornalismo cultural precisava formar leitores e buscar um texto mais claro, sem perder a profundidade. Exatamente o inverso do que foi dito na mesa por aqui.
Os jornalistas potiguares acreditam que a editoria de cultural deve ficar apenas para os iniciados. Ótimo, vão morrer de fome.
Se ainda houver um pouco de humildade na sua carcaça de jornalista cultural tarimbado, extramente experiente e sabe-tudo, dê uma passada la no blog. Seu texto me inspirou.
http://blogdorosk.blogspot.com/2008/08/o-jornalismo-que-forma.html
:)
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