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Textos: Alexandro Gurgelalex-gurgel@oi.com.br
Pelo seu charme sofisticado, a cidade de Parelhas é conhecida como a “Paris Seridoense”, onde uma constante atmosfera sertaneja encanta os visitantes. Depois de Acari, seguindo a BR 427, contornando a Serra da Rajada, a estrada segue em direção à Parelhas. Distante 240 de Natal, a cidade nasceu ao pé da Serra do Boqueirão, beirando a fronteira com a Paraíba e às margens do Rio Seridó.
Os primeiros habitantes da região foram os valentes Canindés, dizimados pelos colonizadores portugueses, que tinham como aliado os índios Janduís. A resistência dos Canindés forçou uma batalha sangrenta, chamada “Guerra dos Bárbaros”, entre os índios potiguares contra vários destacamentos armados da Coroa portuguesa, comandada pelo bandeirante Fernando Jorge Velho.
Com o objetivo de pacificar os indígenas da região Seridó, somente em 1690, tropas lideradas por Afonso Albuquerque Maranhão conseguiram derrotar o Chefe da tribo Canindés e aprisionar mais de mil guerreiros. Após a derrota, os índios sobreviventes foram conduzidos para o litoral para trabalho escravo.
Com a tranqüilidade restaurada, os primeiros fazendeiros chegaram e se instalaram às margens do Rio Seridó, atraídos pela qualidade das terras propícias à agricultura e à criação de gado. O Tenente Francisco Fernandes de Souza, que chegou à região nos idos de 1700, é considerado o mais antigo entre os pioneiros moradores do território parelhense.
Por volta de 1850, a Fazenda Boqueirão, de propriedade do Sr. Félix Gomes Pereira, era considerada porto seguro para os vaqueiros descansarem, antes de continuar tangendo gados vindos da Paraíba, que passavam em procissão para a feira de Conceição do Azevedo (hoje, Jardim do Seridó).
Havia uma vereda às margens do Rio Seridó, nos caminhos entre a Fazenda Boqueirão e a feira de Conceição, onde os vaqueiros e boiadeiros costumavam experimentar a velocidade das montarias, correndo lado a lado, pegando parelha nos seus cavalos ligeiros, dando origem ao nome do lugar.
Até hoje, Parelhas mantém a tradição sertaneja em dias de feira-livre, quando os habitantes dos sítios vêm à cidade e apostam corridas em parelhas, cavalgando pelas estradas do Boqueirão, num verdadeiro hipódromo a céu aberto, onde se exibem os mais afamados cavalos e cavaleiros da redondeza.
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