16 de novembro de 2008

Um soneto de Antoniel Campos

O passo avançado

O passo avanço lasso e movediço
(desperdiço o feitiço do cansaço).
Aterrisso, me enguiço e me embaraço.
Sou crasso, sou pedaço e sou sumiço.

Fronteiriço ao postiço, sou bagaço
do aço onde me caço (em vão) maciço.
Abraço em meu regaço o compromisso
que eu cobiço (é cediço): ser palhaço.

E escasso e em descompasso eu perca o viço
do noviço que, omisso, perde o traço,
e almaço um mero maço reste disso.

Pois é nisso que atiço e ergo o braço:
me enlaço, me traspasso e, insubmisso,
inteiriço, me iço e me renasço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Antoniel Campos... Tive o prazer de receber das mãos dele uma de suas publicações "a esfera". Excelente. Excelence.

Grande americano também.