1 de abril de 2009

Um poema de Bob Motta

Meu poema do absurdo

Tava bebendo cachaça,
cum um pastô paraibano,
êle inrrolô um cigano,
numa troca de animá.
No açude de Buquêrão,
méiguiêi fazendo farra,
saí na bôca da barra,
lá na Ridinha, in Natá.

Gostando da brincadêra,
alí, méiguiêi de nôvo.
Saí no Parque do Povo,
numa rêde de máia fina.
Vistido só cum uma tanga,
me incontrei cum um jabutí,
qui vinha do Carirí,
p'ruis cabaré dais Bunina.

Alí mêrmo, de Campina,
peguei um trem p'ru Japão.
Num jumento garanhão,
cheguei lá pasme vocêis.
Me incontrei cum Zé Limêra,
seu parêia, Orlando Tejo,
e uma rapariga do brejo,
na zona duis japonêis.

A farra foi de lascá;
japonêsa sem vistido,
no forró de chão batido,
eu de cuéca e gibão.
Fiz forró de pé de serra,
in riba duma catatumba,
triango, fole e zabumba,
na capitá de Japão...

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