1 de maio de 2009

Os Livros da Vovó

ARTIGO

João da Mata

Gosto de saber os que as vovós liam em suas horas de lazer e sem a poluição da televisão. Ainda guardo alguns daqueles livrinhos lidos e relidos por minha avó. Leio-os com gosto e é como se estivesse lendo com os olhos dela.

Gosto muito daqueles livrinhos de bolso da “Nossa Coleção”. Os livros do Ponson du Terrail fizeram muito sucesso no tempo dos nossos pais e avós. Eram livros singelos e agradáveis de ler. Livros para toda família. O romantismo desses livros publicados inicialmente na primeira metade do século XIX pode ser sintetizado nas palavras do Champfleury: “A literatura não é mais que os costumes das famílias, as doenças do espírito, a pintura do mundo, as curiosidades da rua...”

As histórias das literaturas reservam pouco espaço para esses escritores populares que um dia alegraram nossos pais e os levaram para lugares distantes e povoados de reis, princesas e muitas aventuras. Numa historia da Literatura Francesa li menos de uma frase sobre Ponson; O criador do Rocambole.

Pouco, não!. Um livro lido por gerações. Ainda tenho desse autor, a “Vingança da Judia” e o “Palácio dos Mistérios”. Um dos mais queridos por minha avó era o romance a “Rosa do Adro” do Manoel Maria Rodrigues, de 1938. Como ela adorava esse livro. “Que linda era a Rosa do Adro!”. E que lindo era aquele amor.

Uma outra coleção mais recente e que fez muito sucesso foi a “ Coleção Saraiva”. Eram livros em brochuras e vendidos por assinatura a preços módicos. Os livros dessa coleção começaram a ser publicados em 1948 e foi uma homenagem post-mortem ao criador da Saraiva e Cia, Joaquim Inácio da Fonseca Saraiva. Tiragens de quarenta mil exemplares dos romance-folhetins de Amédée Achard e outros clássicos da literatura mundial e de língua portuguesa. Achard nasceu em Marselha em 1814, e escreveu entre outros livros o “ Capa e Espada e o “ Tosão de Ouro”.

Outro livro que fez a alegria no tempo da vovó foi “Ramona” da escritora americana Helem Hunt Jackson. Um best- seller que virou cinema no belo filme com o mesmo título dirigido por Henry King, em 1936. Estrelado pela bela Loretta Young e o competente Don Ameche.
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Helem era uma apaixonada pelo costumes e tradições dos índios, mantendo contato com eles e chegando a aprender alguns dialetos. O filme e livro é uma expressão desse amor. A heroína do filme Ramona casa com um índio. Como é bom no romance!. O índio era bom desde que aceite a fé cristã.

Passei o fim de semana com a vovó. Também tenho meus dias de nostalgia. Por favor, não mangue!.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pela lembrança dos livros da vovó. Meu avô Everton Cortes possuia uma biblioteca coberta de livros nas paredes, era seu cantinho especial, quando chegava a porta andava nas pontas dos pés para não pertubá-lo.