8 de setembro de 2009

Um poema de Helder Heronildes, Mossoró RN

Cuspindo


Cuspa fora ou cuspa dentro

A saliva se enriquece,

Quanto mais cuspe ejeta

dando ao cuspe a ereção

Mais se torna elementar

Que cuspida é alimento

Não na hora da bolida

Mas em torno do bolido

fazendo crescer instrumento

na procriação da vida

dando força à geração

como se cuspida fosse

fazendo da cusparada

o elemento fecundo

alimentando a raiz e

esperando o rebento

na glória ou na inglória vida

uma cusparada abjeta

faz do ser um objeto e

da vida conseqüência

proliferando a espécie

ganhando o fruto indormido

de uma decadência impar

na essência do não ser

que buscando o infinito

encontra a amarga vida

de quem olhou e não viu

vendo o inicio sem fim,

vendo o fim ser no começo

na lembrança mais atroz

como se cusparada fosse

que alimenta o germe

encontrando a sua origem

que renascendo das cinzas

tal qual fênix imolada

fez da virgem idolatrada

um reluzente da Luz

na conformação do ciclo

derramando no presente

a compleição do futuro

fazendo da carne o ser

e do espírito a Luz

sem lembranças da origem

nascida da espúria mente

que emerge do espaço

fazendo do tempo o momento

e do momento o encontro

da cuspida eternizante

dos seres em desalentos

no desejo unificado do presente

e do futuro

germinando na espécie

para a consumação de tudo.

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