Tradição de Folia de Reis é preservada em Barreiras

AG Sued

Dona Gracinha do Chago (de vermelho) realiza a manifestação popular tradicional feita na própria comunidade, sem a preocupação de ser um espetáculo folclórico para turista ver.

No início de janeiro, o funcionário do Grande Ponto foi até o distrito de Barreiras para fazer matérias para o Jornal de Macau e deparou-se com a Folia de Reis, uma das mais antigas manifestações de Cultura Popular no Brasil. Lá em Barreiras, distante 35 km de Macau e 220 km da capital, a tradição é levada principalmente pelos descendentes de pescadores e antigos moradores, que vivem na comunidade.

Na madrugada do Dia de Reis (06 de janeiro), logo nas primeiras horas, acontece: a Folia de Boi de Reis. Os Reis Magos, o Boi e os foliões varam a madrugada com um grupo de cantadores e instrumentistas percorrendo as ruelas da cidade e entoando cantos relativos à visita dos Reis Magos ao Menino Jesus.

Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um pacote de arroz, feijão e milho ou algumas moedas. Durante a caminhada é carregada a “bandeira” do grupo, um estandarte enfeitado com motivos religiosos.

De acordo com a organizadora da Folia de Reis em Barreiras, dona Gracinha do Chago, tudo o que for arrecadado será distribuído para a população mais carente até o dia 21 de janeiro, durante a festa de São Sebastião, padroeiro do lugar. Dona Gracinha está comandando o folguedo durante os últimos treze anos, repassando a cultura popular para novas gerações.

Quando o cortejo pára em frente a uma residência, o Boi dança e os foliões cantam músicas pedindo alimento. Quando a dona de casa entrega a oferenda, todos louvaram a casa, agradecendo a esmola. Porém, quando não há nada para os Reis, todos entoam melodias que insinuam o pão duro. “Nessa casa tem um muro / onde mora um pão-duro”, diz os versos.