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Luto e Luta: O oito de março não é uma data para ser apenas comemorada. Mas, essencialmente, para facultar reflexões sobre a mulher no seio sociedade, uma vez que a luta pela simples defesa da igualdade de direitos entre os sexos, parece não ter fim.
Mulher na criação: Nos mitos o mundo emerge de uma entidade feminina primordial. Gaia é o ser de onde todos os outros Deuses se originaram. É a energia da própria vida, Deusa pré-histórica da Mãe Terra. As primeiras representações femininas, as "Vênus paleolíticas", datam de 30.000 a.C, símbolos da unidade de toda a vida na natureza, a representação de tudo o que cerca o homem e sua vida.
Imposição do sistema patriarcal: Na expansão das tribos guerreiras, as culturas matrilineares foram conquistadas por “eles”, e um Deus Macho dominou. A Deusa assumiu o papel de mãe, esposa ou filha dele... A cidade continuou um espaço dos homens e Deuses machos; já o interior da casa, o campo, as áreas limítrofes, era dominado pela Deusa Mãe.
Primeira grande divisão social do trabalho: sexual. O Biológico é determinante na separação das esferas doméstica (modo de organizar o lar em torno da mãe-fllhos e de outras atividades sem status) versus pública (se refere ás atividades sociais, a feitura das leis e das regras).
Do mito à falácia Aristotélica: Desde Pandora, que espalhou todos os males, até então presos na caixa, a mulher é considerada a origem de todos os tormentos do homem e, deve ser vigiada. Hesíodo no século V a.C. atestava a mulher como um grande mal, um castigo infringido aos homens por Zeus. A inferioridade da mulher e da sua posição foi atestada pela “Política” de Aristóteles que a justificava em virtude da não plenitude na mulher da parte racional da alma, o logos. O texto aristotélico faz uso das palavras de Sófocles: “O silêncio dá graça as mulheres”. Nas palavras do Aristóteles: “As mulheres são limitadas por natureza”. Para ele, a mulher era "um homem incompleto". Essa visão distorcida predominou durante toda a Idade Média, quando na Escolástica, São Tomaz de Aquino cristianizou o pensamento do Grego.
De corpo e Alma? A relação entre mulher e homem está, geralmente, fundamentada na relação corpo e alma - a discussão sobre a corporeidade. A alma não apenas se distingue do corpo, como também está ligada tradicionalmente à racionalidade, ao universal, ao masculino. O corpo físico encontra-se associado à sensibilidade, ao particular, ou seja, ao feminino. Existe uma redução da mulher ao fetiche de seu corpo (objeto do desejo), sendo-lhe impedido desenvolver sua capacidade racional e intelectual. Contudo, esse mesmo corpo é visto como algo historicamente lhe negado.
Feminismo & Contracultura: Os Movimentos Feministas, nas suas três ondas, com militantes como: Ruth Benedict, Margareth Mead (as antropólogas derrubaram o paradigma falocrático freudiano), Betyy Friedan (com “Feminine Mystique”) e da Contracultura (anos 60, vide “Passeata dos Sutiãs”) trouxeram uma relativa libertação do estigma machista; e na marra, o direito ao próprio corpo e ao recôndito prazer. A inserção no mercado de trabalho impactou concomitante, a famigerada “Dupla jornada de trabalho”, quando a mulher é expropriada da mais-valia no emprego e continua responsável pelas infindáveis tarefas da casa.
Penso, logo... Ao longo da história, o pensar foi considerado um privilégio dos homens. O reconhecimento social das mulheres como “seres pensantes” foi e continua sendo um desafio para o equilíbrio nas relações de gênero. Geralmente, Filósofos tematizam a mulher ao longo dos séculos num claro desprezo ao ser feminino. No entanto, contrariando a ordem patriarcal de seu tempo, mulheres como: Hannah Arendt, Simone Weil, Marie Curie, Lise Meitner, Simone de Beauvoir, Edith Stein, Mari Zambrano, Mayana Zatz e Rosa Luxemburgo, foram filósofas e cientistas importantes e, sem dúvida, contribuíram decisivamente para a construção do conhecimento.
Pioneirismo no umbigo mater: Alberto Caeiro: “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo”; ou ainda, Tostoi: “Só seremos universais se conhecermos e amarmos nossa aldeia”. O pioneirismo da Mulher Potiguar na História. A participação de algumas delas na luta feminista no Brasil são indiscutíveis. Aqui, além de votarem pela primeira vez, elegeu a primeira deputada estadual do país, a primeira prefeita. O pioneirismo não se limita à política; ele se estende a literatura e o jornalismo.
Ícones Potiguares: Impossível escrever a história do Rio Grande do Norte sem dedicar capítulos às mulheres potiguares. Rompendo com costumes e padrões sociais que perpetuam preconceitos, injustiças e opressões, essas mulheres ofereceram uma contribuição a toda sociedade não só valiosa como, em certos casos, quase heróica, no plano político, estético, educacional, moral e intelectual, transcendendo os limites do pequeno mundo da organização familiar e do papel que é convencionalmente destinado à mulher. A certeza de que o nosso Estado tem uma galeria de extraordinárias figuras femininas. No século XVII, Clara Camarão, índia e guerreira. No XVIII, Clara de Castro, a destemida. No XIX, Nísia Floresta, intelectual e pioneira; Isabel Gondim, a educadora; Ritinha Coelho, um gesto para a história; Ana Floriano, rebelde e valente; Auta de Souza, a cotovia mística das rimas. No XX, Alzira Soriano, a primeira prefeita do Brasil; Celina Guimarães, a primeira eleitora; Júlia Barbosa, a pioneira eleitoral; Maria do Céu Fernandes, a primeira deputada; Palmira Wanderley, a poetisa; Miriam Coeli, jornalista precursora; Zila Mamede, a poesia do mar absoluto. Resplandecentes figuras condizentes com a índole do povo Potiguar.
Cidadania universal: J Stuart Mill escreveu: "O grau de elevação ou rebaixamento da mulher constitui o critério mais seguro para avaliar a civilização de um povo". Se no terceiro milênio ainda precisamos criar delegacias para atendimento a mulheres espancadas e até ameaçadas de morte pelos próprios maridos, não é demais insistirmos em tocar na mesma tecla. A raiz do problema é cultural. De forma coletiva e solidária, devemos exercitar uma contra-ideologia, transformando os arcaicos valores pré-estabelecidos, almejando a Cidadania plena que passa necessariamente pela valorização do ser humano, independente de gênero, etnia, idade ou status social.
Mulher na criação: Nos mitos o mundo emerge de uma entidade feminina primordial. Gaia é o ser de onde todos os outros Deuses se originaram. É a energia da própria vida, Deusa pré-histórica da Mãe Terra. As primeiras representações femininas, as "Vênus paleolíticas", datam de 30.000 a.C, símbolos da unidade de toda a vida na natureza, a representação de tudo o que cerca o homem e sua vida.
Imposição do sistema patriarcal: Na expansão das tribos guerreiras, as culturas matrilineares foram conquistadas por “eles”, e um Deus Macho dominou. A Deusa assumiu o papel de mãe, esposa ou filha dele... A cidade continuou um espaço dos homens e Deuses machos; já o interior da casa, o campo, as áreas limítrofes, era dominado pela Deusa Mãe.
Primeira grande divisão social do trabalho: sexual. O Biológico é determinante na separação das esferas doméstica (modo de organizar o lar em torno da mãe-fllhos e de outras atividades sem status) versus pública (se refere ás atividades sociais, a feitura das leis e das regras).
Do mito à falácia Aristotélica: Desde Pandora, que espalhou todos os males, até então presos na caixa, a mulher é considerada a origem de todos os tormentos do homem e, deve ser vigiada. Hesíodo no século V a.C. atestava a mulher como um grande mal, um castigo infringido aos homens por Zeus. A inferioridade da mulher e da sua posição foi atestada pela “Política” de Aristóteles que a justificava em virtude da não plenitude na mulher da parte racional da alma, o logos. O texto aristotélico faz uso das palavras de Sófocles: “O silêncio dá graça as mulheres”. Nas palavras do Aristóteles: “As mulheres são limitadas por natureza”. Para ele, a mulher era "um homem incompleto". Essa visão distorcida predominou durante toda a Idade Média, quando na Escolástica, São Tomaz de Aquino cristianizou o pensamento do Grego.
De corpo e Alma? A relação entre mulher e homem está, geralmente, fundamentada na relação corpo e alma - a discussão sobre a corporeidade. A alma não apenas se distingue do corpo, como também está ligada tradicionalmente à racionalidade, ao universal, ao masculino. O corpo físico encontra-se associado à sensibilidade, ao particular, ou seja, ao feminino. Existe uma redução da mulher ao fetiche de seu corpo (objeto do desejo), sendo-lhe impedido desenvolver sua capacidade racional e intelectual. Contudo, esse mesmo corpo é visto como algo historicamente lhe negado.
Feminismo & Contracultura: Os Movimentos Feministas, nas suas três ondas, com militantes como: Ruth Benedict, Margareth Mead (as antropólogas derrubaram o paradigma falocrático freudiano), Betyy Friedan (com “Feminine Mystique”) e da Contracultura (anos 60, vide “Passeata dos Sutiãs”) trouxeram uma relativa libertação do estigma machista; e na marra, o direito ao próprio corpo e ao recôndito prazer. A inserção no mercado de trabalho impactou concomitante, a famigerada “Dupla jornada de trabalho”, quando a mulher é expropriada da mais-valia no emprego e continua responsável pelas infindáveis tarefas da casa.
Penso, logo... Ao longo da história, o pensar foi considerado um privilégio dos homens. O reconhecimento social das mulheres como “seres pensantes” foi e continua sendo um desafio para o equilíbrio nas relações de gênero. Geralmente, Filósofos tematizam a mulher ao longo dos séculos num claro desprezo ao ser feminino. No entanto, contrariando a ordem patriarcal de seu tempo, mulheres como: Hannah Arendt, Simone Weil, Marie Curie, Lise Meitner, Simone de Beauvoir, Edith Stein, Mari Zambrano, Mayana Zatz e Rosa Luxemburgo, foram filósofas e cientistas importantes e, sem dúvida, contribuíram decisivamente para a construção do conhecimento.
Pioneirismo no umbigo mater: Alberto Caeiro: “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo”; ou ainda, Tostoi: “Só seremos universais se conhecermos e amarmos nossa aldeia”. O pioneirismo da Mulher Potiguar na História. A participação de algumas delas na luta feminista no Brasil são indiscutíveis. Aqui, além de votarem pela primeira vez, elegeu a primeira deputada estadual do país, a primeira prefeita. O pioneirismo não se limita à política; ele se estende a literatura e o jornalismo.
Ícones Potiguares: Impossível escrever a história do Rio Grande do Norte sem dedicar capítulos às mulheres potiguares. Rompendo com costumes e padrões sociais que perpetuam preconceitos, injustiças e opressões, essas mulheres ofereceram uma contribuição a toda sociedade não só valiosa como, em certos casos, quase heróica, no plano político, estético, educacional, moral e intelectual, transcendendo os limites do pequeno mundo da organização familiar e do papel que é convencionalmente destinado à mulher. A certeza de que o nosso Estado tem uma galeria de extraordinárias figuras femininas. No século XVII, Clara Camarão, índia e guerreira. No XVIII, Clara de Castro, a destemida. No XIX, Nísia Floresta, intelectual e pioneira; Isabel Gondim, a educadora; Ritinha Coelho, um gesto para a história; Ana Floriano, rebelde e valente; Auta de Souza, a cotovia mística das rimas. No XX, Alzira Soriano, a primeira prefeita do Brasil; Celina Guimarães, a primeira eleitora; Júlia Barbosa, a pioneira eleitoral; Maria do Céu Fernandes, a primeira deputada; Palmira Wanderley, a poetisa; Miriam Coeli, jornalista precursora; Zila Mamede, a poesia do mar absoluto. Resplandecentes figuras condizentes com a índole do povo Potiguar.
Cidadania universal: J Stuart Mill escreveu: "O grau de elevação ou rebaixamento da mulher constitui o critério mais seguro para avaliar a civilização de um povo". Se no terceiro milênio ainda precisamos criar delegacias para atendimento a mulheres espancadas e até ameaçadas de morte pelos próprios maridos, não é demais insistirmos em tocar na mesma tecla. A raiz do problema é cultural. De forma coletiva e solidária, devemos exercitar uma contra-ideologia, transformando os arcaicos valores pré-estabelecidos, almejando a Cidadania plena que passa necessariamente pela valorização do ser humano, independente de gênero, etnia, idade ou status social.
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