Nos últimos anos, a atividade de marisqueira tem se constituído na principal ocupação das mulheres na comunidade do Valadão. Com o que ganham, além de ajudar na renda familiar, a maioria não tem garantido nenhum direito trabalhista, entre eles, o salário-desemprego e licença-maternidade, direito de todas as trabalhadoras brasileiras.
As mariqueiras do Valadão sobrevivem da retirada do marisco entre a vegetação no mangue do rio Piranhas/Assu e a beira da praia, quando a maré está baixa. Pelo menos 35 mulheres estão envolvidas diretamente com o trabalho na comunidade. O que ganham, segundo elas, ainda é pouco, mas ajuda na renda familiar.
Em volta de um balaio de mariscos, num dos becos do Valadão, várias mulheres “tiravam a casca” enquanto conversavam com a reportagem. Conforme Rosa Maria Silva Tavares, 30 anos, a Prefeitura de Macau prometeu construir um galpão de alvenaria com uma conzinha industrial, na comunidade do Valadão, mas “ficou só na promessa”.
Outra marisqueira, Maria Gomes da Silva, 42 anos, reclama que a Prefeitura de Macau construiu um galpão no Porto de São Pedro, porém não está sendo usado pelas marisqueiras do Valadão porque é uma longa distancia para as mulheres carregar vários balaios de mariscos. “Além do mais, nós temos que nos preocupar com nossas crianças”, disse.
Nem só de mulheres vive o comercio de mariscos em Macau. A reportagem encontrou o senhor João Batista de Moura, 45 anos, ajudando a descascar vários balaios de sururu (principal marisco da temporada). “A gente não tem emprego e o serviço é esse”, disse o velho pescador, ressaltando que vende a R$ 4,00 o quilo.
O galpão do Porto de São Pedro é zelado pela presidenta da Associação das Mulheres Marisqueiras de Macau, Sueli Xavier da Costa Soares, mas é usado pelos pescadores para consertar seus barcos ou costurar redes. Não há registros de atividades de “descascar mariscos” no local. “As meninas do Valadão precisam de um galpãp pra elas”, reconhece Sueli.
Meio ambiente e cidadania
Com a alma guerreira e o coração ecológico, as marisqueiras do Valadão lutam para sobreviver, conquistar o sonho de cidadania e ainda preservar o mangue, fonte de subsistência para os moradores da comunidade e cinturão de defesa e equilíbrio ecológico da fauna e flora da região. “Quando nós estamos catando mariscos, tiramos muito lixo dos mangues”, afirmou Rosivânia da Silva Carvalho, 28 anos.
Segundo Edna Gomes da Silva, 25 anos, o que está matando os mariscos são os produtos químicos usados na carcinicultura quando são jogados no rio as águas dos tanques lavados. Conforme a marisqueira, outro fator que contribui para o desaparecimento dos mariscos são as explosões causadas pelas Petrobras, cujos abalos sísmicos matam todos os moluscos numa grande área litorânea.
As marisqueiras do Valadão também querem conquistar sua cidadania e ver seu trabalho sendo reconhecido. Atualmente, elas não têm garantido nenhum direito trabalhista, entre eles, o salário-desemprego e licença-maternidade, direito de todas as trabalhadoras brasileiras. Enquanto não construísse o galpão, o prefeito Flávio Veras prometeu pagar um salário para cada marisqueira. Até hoje, ninguém recebeu nada”, declarou Edna Gomes.
Outro problema sério é o salário-desemprego. Nenhuma marisqueira teve direito a ele até hoje. A atividade, assim como a pesca da lagosta, tem seus meses de paradeiro. Isso acontece no período chuvoso. “Nos quatro meses de chuva a gente não trabalha”, explica Rosa Maria Silva Tavares. Segundo ela, neste período as mulheres paralisam as atividades e ficam sem trabalho.
As mariqueiras do Valadão sobrevivem da retirada do marisco entre a vegetação no mangue do rio Piranhas/Assu e a beira da praia, quando a maré está baixa. Pelo menos 35 mulheres estão envolvidas diretamente com o trabalho na comunidade. O que ganham, segundo elas, ainda é pouco, mas ajuda na renda familiar.
Em volta de um balaio de mariscos, num dos becos do Valadão, várias mulheres “tiravam a casca” enquanto conversavam com a reportagem. Conforme Rosa Maria Silva Tavares, 30 anos, a Prefeitura de Macau prometeu construir um galpão de alvenaria com uma conzinha industrial, na comunidade do Valadão, mas “ficou só na promessa”.
Outra marisqueira, Maria Gomes da Silva, 42 anos, reclama que a Prefeitura de Macau construiu um galpão no Porto de São Pedro, porém não está sendo usado pelas marisqueiras do Valadão porque é uma longa distancia para as mulheres carregar vários balaios de mariscos. “Além do mais, nós temos que nos preocupar com nossas crianças”, disse.
Nem só de mulheres vive o comercio de mariscos em Macau. A reportagem encontrou o senhor João Batista de Moura, 45 anos, ajudando a descascar vários balaios de sururu (principal marisco da temporada). “A gente não tem emprego e o serviço é esse”, disse o velho pescador, ressaltando que vende a R$ 4,00 o quilo.
O galpão do Porto de São Pedro é zelado pela presidenta da Associação das Mulheres Marisqueiras de Macau, Sueli Xavier da Costa Soares, mas é usado pelos pescadores para consertar seus barcos ou costurar redes. Não há registros de atividades de “descascar mariscos” no local. “As meninas do Valadão precisam de um galpãp pra elas”, reconhece Sueli.
Meio ambiente e cidadania
Com a alma guerreira e o coração ecológico, as marisqueiras do Valadão lutam para sobreviver, conquistar o sonho de cidadania e ainda preservar o mangue, fonte de subsistência para os moradores da comunidade e cinturão de defesa e equilíbrio ecológico da fauna e flora da região. “Quando nós estamos catando mariscos, tiramos muito lixo dos mangues”, afirmou Rosivânia da Silva Carvalho, 28 anos.
Segundo Edna Gomes da Silva, 25 anos, o que está matando os mariscos são os produtos químicos usados na carcinicultura quando são jogados no rio as águas dos tanques lavados. Conforme a marisqueira, outro fator que contribui para o desaparecimento dos mariscos são as explosões causadas pelas Petrobras, cujos abalos sísmicos matam todos os moluscos numa grande área litorânea.
As marisqueiras do Valadão também querem conquistar sua cidadania e ver seu trabalho sendo reconhecido. Atualmente, elas não têm garantido nenhum direito trabalhista, entre eles, o salário-desemprego e licença-maternidade, direito de todas as trabalhadoras brasileiras. Enquanto não construísse o galpão, o prefeito Flávio Veras prometeu pagar um salário para cada marisqueira. Até hoje, ninguém recebeu nada”, declarou Edna Gomes.
Outro problema sério é o salário-desemprego. Nenhuma marisqueira teve direito a ele até hoje. A atividade, assim como a pesca da lagosta, tem seus meses de paradeiro. Isso acontece no período chuvoso. “Nos quatro meses de chuva a gente não trabalha”, explica Rosa Maria Silva Tavares. Segundo ela, neste período as mulheres paralisam as atividades e ficam sem trabalho.
Um comentário:
Parabéns pela reportagem. Essa classe de trabalhadoras merecem seu devido respeito e reconhecimento. Alem do mais, elas são responsáveis pela conservação da biodiversidade no ambiente de estuário, onde elas coletam o marisco. Estou trabalhando nisso.
Veja meu fotodocumetário em: http://www.rsanttos.xpg.com.br/documentario-marisqueira002.html
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