30 de junho de 2010

Um poema de Antoniel Campos, Pau dos Ferros RN

Eu

eu: um nada.
eu: ninguém.
sou o ontem e o que passa.
um vídeo tape sem graça.
desamanhã. nada além.

eu: charada.
eu: um quem?
eu sou de mim a trapaça,
me engano só de pirraça
e ainda finjo desdém.

eu: em cada.
eu: mas sem.
um todo sem argamassa,
esculpido na fumaça,
sem rosto algum ou de alguém.

eu: piada.
eu: também.
sou a imagem que embaça
o espelho que me estilhaça
na imagem em que sou refém.

Nenhum comentário: