22 de março de 2011

Moonlight a Ponta Negra

ARTIGO

João da Mata

A benção dindinha lua. Ponta Negra te espera em ondas de Março. A maré é cheia. Super-cheia e banha toda a areia. Quase alcança a calçada. Os surfistas se aproveitam e tomam toda a extensão da praia com suas ondas de plenilúnio. Todos esperam para te abraçar e louvar. E eis que chegas por detrás do careca. Bela. Esplendorosa como nunca vi. Chegas imensa e luminosa. No céu um manto azulado prepara o seu cortejo. Estou sem a câmera e tudo guardo nas retinas tão fatigadas por essas tardes eternamente douradas.

Caminhas lentamente seguindo teu cortejo de eterna deusa da noite. Dentro da concha azulada reinas majestosa. Todos desejam fotografar a noiva da noite em seu trajeto nupcial. Sempre flechada pelo deus Sol.

Alguns rezam. Outros ajoelham. Deitam. Beijam. A praia de ponta-negra se transforma num grande anfiteatro. Muitos e muitos fotografando a tua subida para o céu. E segues deixando um imenso tapete prateado no mar imenso-revolto por tua força e presença cósmica de uma eterna dança

Um espetáculo para todos e todas as idades. Não precisa comprar ingresso. E Tu – Deusa - vais iluminando todos os cantos, quintais e lares. Casais de namorados abraçam. Fotografam. Querem te levar na lembrança. E você não é de ninguém, é, sim; dos namorados.

Moças arqueiam a mão para te pegar. Fazem gestos para fotógrafo profissional ou amador. Ninguém quer perder nenhum momento de seu prateado cortejo. Agora, tu entras nas casas e por um momento tenho ciúmes dos teus raios luminosos invadindo os aposentos da minha amada.

Sei como és a feminina Isis e Afrodite. Eterna noiva-amante de todos os poetas e apaixonados. “se tu não fosse casada preparava uma escada lá no céu pra te beijar”

A benção minha querida. A benção dindinha. Muito obrigado por iluminar nossos caminhos.

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