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A exposição Gravura em Campo Expandido apresenta as
experimentações e pesquisas de sete artistas sobre o prisma da gravura em campo
expandido.
O trabalho de Artur Souza, “Pontos Gráficos Nodais em
Fluxos da Cidade de Natal”, realizada em 2011, é uma pesquisa em arte que
incorpora a intervenção performática em vias urbanas ao processo de produção de
imagens. O trabalho articula a produção no espaço do atelier a intervenções
urbanas realizadas em dez vias de grande fluxo em Natal, no período de julho a
setembro de 2011. As estampas (10, de 40x40cm) e a documentação do processo são
apresentadas em uma instalação que pretende aproximar o espectador ao momento
em que a performance e a imagem são realizadas, articulando imagem, cidade e o
corpo do artista.
Laurita Salles, artista e professora adjunta do
Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, da
cadeira de Gravura, apresenta uma estampa dourada, sem título, de uma série
realizada em 2007, que é decorrente de suas pesquisas no campo fabril. A
artista se apropria do processo de gravação com buril eletrônico para a
realização de imagens. O trabalho estabelece uma relação entre a produção
digital de uma imagem, que vai sendo derivada, criando pontos virtuais,
estabelecendo relações entre o campo gráfico e a tridimensionalidade, na
sugestão de perspectivas ou pelas diferentes densidades de tinta que o processo
de gravação, aliados ao processo de entintagem deixam sobre o suporte final
(papel). Suas pesquisas estão trazendo contribuições importantes para a
discussão do campo expandido da arte.
A série “Barcos”, de Sayonara Pinheiro, realizada entre
2011 e 2012, a série realizada sobre tecido e/ou tela, apresenta as pesquisas
da artista na Vila de Ponta Negra, especificamente nos barcos de pescadores.
Ela faz uma série de frotagens com giz sobre as marcas e texturas que são
construídas pelo mar e pela ação do próprio construtor do barco como indícios
de memória, de pertencimento, de identidade.
Jota Medeiros, exibe parte de uma série de manchas, numa
alusão as manchas padrão Rorschach, sem titulo, realizada em 2010, neste
trabalho o artista cria uma série de manchas com tinta acrílica azul e preta,
onde a imagem criada é decorrente do duplo entre a ação de criar manchas e da
dobra da tela, estabelecendo uma relação de cópia invertida, mas participante
da imagem total. O suporte é novamente engradado, como um possível mascaramento
do processo de dobra.
Pedro Ivo e Bia Rocha apresentam uma intervenção direta
no espaço da sala da Pinacoteca, os artistas utilizam uma série de estênceis
que fazem alusão a produção tradicional da gravura, mas recriam em um processo
próximos aos de permeação. As imagens estabelecem uma relação de situação, site
specific, com o espaço, em escala ampliada, as imagens chegam a ter 2,8 metros.
O trabalho apresentado é parte das ações do grupo sobre a cidade e tem
influências na cultura de rua e hip-hop.
A série de impressões da/na Rua Chile de Selma Bezerra,
de 2005, transcorre da ação de fixar grandes folhas de papel sobre a Rua Chile
e deixar que os transeuntes trafeguem sobre ela, nessa ação cada um que passa
sobre a folha deixa uma marca, parte da memória de um deslocamento. As folhas
são retrabalhadas no atelier da artista de forma a ressaltar essas marcações do
solo, onde cada pedra é transposta da rua para a galeria.
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