CELEBRAÇÃO
Celebra-se aqui o provisório.
O breve, o transitivo, o fugidio.
Prefere-se o fugaz e o ilusório
e tudo o que faz tudo mais tardio.
Certeza não se quer. Quer-se o vazio.
Do cerne, nada mais do que envoltório.
Não há seta a seguir. Só há desvio.
O sim, só se num sim contraditório.
Que tudo seja parco e irrisório.
Que nada seja fim, mas extravio.
Que seja, o que for fixo, migratório.
E o que se diz valer, seja baldio.
Só nasça o que de si for predatório.
Celebra-se aqui o desvario.
Antoniel Campos
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