6 de janeiro de 2007

Potiguares celebram o dia de Santos Reis

REIS MAGOS - Primeira missa rezada no RN foi em homenagens aos reis
Hoje, 6 de janeiro, feriado, é Dia de Reis, data que encerra o calendário de celebrações natalinas e, particularmente em Natal, fecha a programação festiva, cultural e religiosa que vem sendo realizada desde o dia 2, em celebração ao nascimento do Menino Jesus e em honra aos padroeiros do bairro de Santos Reis.

Para os potiguares, a data é especialmente simbólica, pois a epifania — como a festa é conhecida na liturgia — tem ligação com o início da história do Rio Grande do Norte. A primeira missa celebrada no RN em homenagem aos Santos Reis foi em 1599, dentro da capela da Fortaleza dos Reis Magos — onde havia uma espécie de presépio em pintura —, um ano após a construção da fortificação.

A tradição é mantida até hoje, com a diferença de que a missa mudou de lugar, com a transferência da igreja em 1936 para o local em que se encontra atualmente, no bairro de Santos Reis. Hoje, marcando mais uma comemoração do Dia de Reis em Natal, serão celebradas missas e batismos, a partir das 6h da manhã. O ápice é a procissão com as imagens dos Três Reis Magos e Sagrada Família pelas ruas de Santos Reis, Rocas e Praia do Meio, às 16h. O evento termina com uma concelebração na área de lazer da praia do Forte, presidida pelo arcebispo Dom Matias Patrício de Macedo, e a caminhada até o Santuário Arquidiocesano de Santos Reis.

Para garantir a segurança dos fiéis, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (STTU), vai interditar as duas ruas no entorno da praça Wilson Miranda e da igreja, além da João Carlos de Souza, que dá acesso à praça. Assim, a única via por onde os veículos poderão seguir será a Café Filho. A STTU está com o telefone de plantão (gratuito) 156 caso venha a ocorrer algum acidente de trânsito. Com o feriado, as repartições públicas e os bancos não vão funcionar. O dia para o comércio é facultativo. As lojas de rua que abrirem funcionarão das 9h às 15h. Já a maioria dos shoppings funcionará como se fosse um dia de domingo. Os supermercados vão funcionar normalmente, abrindo a partir das 7h.

Faltam evidências históricas

Historiadores falam que não há evidências históricas da existência dos três Reis Magos. Eles são mencionados apenas em um dos quatro evangelhos, o de Mateus. Mesmo assim, o evangelista não especifica quantos são. Sabe-se apenas que eram mais de um porque a citação está no plural — e também não há nenhuma menção de que eram reis.

Os estudiosos vêem os reis magos como personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos. A tradição vingou e permaneceu viva, mas foi apenas no século III que eles receberam o título de reis — provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salmo 72: “Todos os reis cairão diante dele”. A própria Igreja reconhece tratar-se de uma simbologia.

O pároco de Santos Reis, padre Gilmar Pereira de Castro, confirma que a sagrada escritura faz pouca referência à passagem dos magos na história de Cristo. Por isso, a Igreja resolveu fixar, a partir da informação de que o menino Jesus recebeu três presentes ao nascer — incenso, ouro e mirra — que foram três os magos que caminharam guiados por uma estrela até à manjedoura da criança. A igreja também deu nome aos magos — Gaspar, Belquior (Melchior) e Baltazar — para facilitar a compreensão da história pelo povo.

Os nomes e locais de origem vieram cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus. Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea). De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália.

Fonte: Tribuna do Norte

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