8 de janeiro de 2007

A arte de imortalizar momentos

Fotógrafos em ação para celebrar o Dia Nacional da Fotografia

Texto: Ana Paula Cadengue
Foto: AG Sued

Amanhã é o Dia Nacional da Fotografia, a apaixonante arte de imortalizar momentos, uma das formas mais perfeitas e práticas para gravar e reproduzir as manifestações culturais da humanidade.

Palavra de origem grega (photo + graphos), fotografia significa 'luz desenhada', e é exatamente isso que ela é, uma imagem inalterável criada pela reflexão da luz. Uma técnica de gravação por meios químicos, mecânicos ou digitais, de uma imagem numa camada de material sensível à exposição luminosa.

Com sua origem datando de 500 a.C., quando filósofos gregos e chineses descreveram os princípios da óptica, a fotografia, ou a reprodução de objetos móveis e o uso da luz em quadros e painéis de pintura, ganha impulso na Idade Média. Por volta de 1554, o italiano Leonardo Da Vinci expõe cientificamente a câmera escura ou obscura, precursora das câmeras fotográficas atuais, que consiste em uma sala totalmente escura, com um pequeno orifício em uma das paredes através do qual a luz passa, projetando imagens invertidas dos objetos externos na parede oposta à abertura.

Baseados neste princípio, os artistas simplificam o trabalho de copiar objetos e cenas, utilizando câmeras dos mais diversos formatos e tamanhos. Enfiavam-se dentro da própria câmera e ganhavam a imagem refletida em uma tela ou pergaminho preso na parede oposta ao orifício da caixa.

Não é difícil imaginar os passos seguintes desta evolução: uma lente, colocada no orifício, melhorou o aproveitamento da luz; um espelho foi adaptado para rebater a imagem na tela; mecanismos foram desenvolvidos para facilitar o enquadramento do assunto. Com esses e outros aperfeiçoamentos, a caixa ficou cada vez menor e o artista trabalhava já do lado de fora, tracejando a imagem protegido por um pano escuro.

De lá para cá, muita coisa mudou. As câmeras se miniaturizaram, ficaram leves. As máquinas digitais invadiram o mercado e o velho filme ficou esquecido. Mudou a tecnologia, mas a paixão continua a mesma. Quem é que não se encanta ao ver belas paisagens de lugares pertos ou longíquos? Quem não tem a esperança de parar o tempo quando imortaliza um momento feliz?

Usada como lazer por quase todos, a fotografia é o meio de vida de muita gente. Para o fotógrafo Habner Weiner, 10 anos de profissão e 25 de vida, ganhador de vários concursos e atualmente atuando com foto-jornalista em O Mossoroense, a fotografia possibilita que ele esbanje criatividade através do olhar. "Gosto muito do que faço, gosto da imagem, de retratar momentos, sejam de tristeza ou alegria", declara.

Luciano Lellys, repórter-fotográfico deste jornal há 19 anos, começou como perito do Itep, diz que detesta fotografar 'coisas paradas', seja gente, objeto ou paisagem. "Precisa ter movimento, ninguém me chame para fazer "book" ou fotos posadas, tem que passar uma ação, por isso gosto mais da fotografia jornalística e, dentro dela, da área policial", afirma Lellys, que complementa "fotografia para mim é uma reprodução de fatos e, pode até ser batido, uma boa foto dispensa texto".

Se uma 'boa imagem vale mais que mil palavras' ou não, é uma outra história. Mas, as boas imagens são a grande paixão do jornalista e professor Alexandro Gurgel, presidente da Associação Potiguar de Fotografia (Aphoto). "A fotografia é muito importante, especial. É uma ponte entre a arte e o que se vê, o que lhe rodeia. É um documento que emociona, um elemento de arte em forma de luz que eterniza os momentos".

Matéria publicada no O MOSSOROENSE, em 07 de janeiro de 2007

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