Foto: AG Sued
ARTIGO
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Por Eduardo Alexandre
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O traço de Leonardo Sodré é fino e preciso, gracioso e, às vezes, engraçado. Seus temas, vários: peixes, cangaço, cenas do cotidiano, rostos.
Gosto da caricatura da vida dos bares, seus personagens, suas cenas descontraídas. Por várias vezes, escolhi trabalhos seus para ilustrarem cartazes de festas da Samba, a Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências.
Léo é desses que gostam do desenho. Na mesa do bar, numa sessão legislativa, onde está, toma sua caneta e inicia o estudo dos personagens que, rápido, surgem do branco do papel.
Conheci-o no início da adolescência já desenhando cartuns e quadrinhos, às vezes reproduzindo, às vezes criando personagens que ganhavam vida.
O desenho era algo obsessivo em sua vida.
Mais tarde, quando em 1977 começamos o movimento da Galeria do Povo na Praia dos Artistas, ele me chegou com uma temática marinha, um polvo em fundo branco e azul, numa tela que devia medir uns 80 X 50 cm.
Trabalhozinho ruim, com tinta economizada em solução de querosene. Nunca esqueci. Ele não gostou da crítica, mas também não deixou de pintar.
Hoje, sabe que, como dizia uma antiga propaganda de tinta de parede, "o segredo de quem pinta é a tinta".
E ele abandonou o querosene, e suas telas ganharam um colorido especial para traços mágicos e cheios de humor na maioria das vezes.
Léo foi caricaturista do Jornal de Brasília. Esse estágio lhe proporcionou muita experiência nesse aprendizado constante que é a pintura.
Hoje maduro, suas aquarelas são vibrantes, precisas, cheias de luzes e de coloração alegre. Seus óleos ou acrílicos, bem mais ricos.
Nesta sua exposição na Aliança Francesa, ele nos apresenta um pouco de cada técnica que hoje domina com grande maestria.
O título escolhida para a exposição, nada mais condizente com a obra: expressionismo caricatural.
Vale a pena conferir.
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