“Havia em Vestfália, no castelo do senhor barão de Thunder-ten-tronckh, um jovem a quem a natureza dotara da índole mais suave. Sua fisionomia lhe anunciava a alma. Era reto de juízo e simples de espírito, razão pela qual, creio eu, o chamavam de Cândido. Suspeitavam os velhos criados que fosse filho da irmã do senhor barão e de um bom e honrado gentil-homem da vizinhança, com quem esta jamais consentira em casar-se, porque ele só pudera alegar setenta e uma gerações, havendo as injúrias do tempo destruído o resto da sua arvore genealógica”.
Leia “Cândido” na íntegraEu, de Augusto dos Anjos
“Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!
A simbiose das coisas me equilibra.
Em minha ignota mônada, ampla, vibra
A alma dos movimentos rotatórios...
E é de mim que decorrem, simultâneas
A saúde das forças subterrâneas
E a morbidez dos seres ilusórios!”
Leia “Eu” na íntegra
História de um nome, de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
“No capítulo dos nomes difíceis têm acontecido coisas das mais pitorescas. Ou é um camarada chamado Mimoso, que tem físico de mastodonte, ou é um sujeito fraquinho e insignificante chamado Hércules. Os nomes difíceis, principalmente os nomes tirados de adjetivos condizentes com seus portadores, são raríssimos, e é por isso que minha avó a paterna - dizia:
— Gente honesta, se for homem deve ser José, se for mulher, deve ser Maria!”Leia “História de um nomes na íntegra
Resenha – Não-Ficção
“Orhan Pamuk relata em seu Istambul, memória e cidade, a saga urbana de uma das mais belas e singulares metrópoles do planeta e o faz de maneira original. Ao passear pelas ruas oprimidas por mansões decadentes, ao descrever as famosas casas de madeira às margens do rio, ao invocar o congestionado tráfego de barcos pelo Bósforo, o escritor turco também rememora a sua vida, a sua convivência com os familiares, o amor pela bela mãe, sua dedicação à pintura”.
Leia a resenha de "Istambul - Memória e Cidade", de Orhan PamukResenha – Literatura Infanto-juvenil
“Enquanto vemos Cora crescer, conhecemos a vida das crianças operárias daquela época, que começavam a trabalhar na fábrica de juta aos oito anos e que, no verão, faziam piqueniques à beira do rio Tietê. Vemos passar os anos através dos olhos dela, tornando-se mulher na dureza do trabalho rude da fábrica; depois, experimentando o desemprego, a luta dos operários para sobreviver, as reviravoltas na política...”
Leia a resenha de "Além do portão da vila", de Eliana Martins
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