6 de outubro de 2007

Réquiem para Jean brasileiro de Gonzaga

João da Mata

Oito tiros mataram um trabalhador
Oito tiros roubaram a vida em flor
Oito tiros mataram a ameaça.
Oito tiros atingiram o tronco de uma nação partida

Nenhum remorso diz o imperador.
Vamos continuar atirando

Tu que criastes a máquina a vapor.
Ensinastes a fazer ciência,
e aprendestes logo cedo a dominar
hoje mata um trabalhador

A nação que sepultou aquele que mais entendeu a “mais valia”
Estilhaça o cérebro frágil de alguém que tem medo
E transforma cada trabalhador em homem bomba
Ele é sempre uma ameaça:

Correndo
Com fome
Parado.
Étnico
Gritando
Professando outro credo
Ou atravessando a nado
Um mar de impunidade.

Não, não adianta correr.
Em cada canto um olhar.
O menor gesto fotografado.
E a arma apontada para o crânio de cada um.
Assim foi, assim será.
E ninguém sabe o próximo alvo a ser atingido.
Quem se eu gritasse ????????????????

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