16 de maio de 2008

Franklin Serrão entre postais e pinturas

O artista Fraqnklin Serrão (em pé) ladeados de amigos que foram ao Bardallo's para prestigiar a exposição Matizes Potiguaras.
-
Foto e texto: Alexandro Gurgel
-
Para celebrar o dia 8 de maio, Dia do Artista Plástico, o artista Franklin Serrão abriu uma exposição de arte, nos salões nobres do Bardallo’s. Com o título “Matizes Potiguaras”, a exposição apresenta a fase atual do artista, que harmoniza seus traços entre escrituras rupestres e um abstracionismo naif contemporâneo, buscando a essência potiguar. Durante a vernissage, have o lançamento do catálogo de postais, em formato de um livro de bolso, com o título homônimo.

Pintor, ilustrador, professor, editor, cronista e boêmio, Franklin Serrão é um jovem talento que vem chamando a atenção de críticos de arte, despontando como uma das grandes promessas nas artes plásticas potiguar. Dono de um traço único, Serrão retrata em suas telas, cenários expressionistas, acentuando com cores tropicais os ambientes figurados, explorando as sombras e luzes de uma forma homogenia.

Franklin Serrão nasceu no Bairro Nordeste, onde fez fama de menino traquinas nos anos setenta. Filho do paraibano de Santa Rita, Fernando Serrão e dona Zuleide Serrão, seridoense de Jardim de Piranhas, o menino Franklin já se destacava na escola com um forte traço para o desenho. Como todo pintor figurativista, começou desenhando e a pintura veio como uma evolução do desenho.

Conforme o artista, seu trabalho está se direcionando para o expressionismo figurativo, uma espécie de pintura tropical, usando tinta acrílica sobre telas feitas pelo próprio artista. “No expressionismo alemão as cores são muito nebulosas e as figuras são muito deformadas, o que não acontece no meu trabalho. Procuro fugir dessa caracterização”, afirmou.

Buscando aprimoramento para sua arte, Serrão tem estudado alguns artistas consagrados e confessa uma preferência pelos pintores: o mexicano Diego Rivera e os brasileiros Portinari e Di Cavalcanti. Em terras cascudianas, sua pintura recebeu leve influencia de Newton Navarro e Assis Marinho. Hoje, adquiriu um estilo próprio, sendo sua arte reconhecida por sua maneira singular de pintar.

A entrada é livre e a exposição Matizes Potiguaras ficará em cartaz no Bardallo’s até o dia 31 de maio. Os postais podem ser encontrados no Sebo Paraupeba, adjacências do Beco da Lama. “Os postais e as exposição são formas de divulgar minhas obras. Além de ser uma maneira para celebrar o Dia do Artista Plástico”, ressaltou o artista.

Vivendo de arte em Natal

O lado escritor do artista foi despertado quando os editores do jornal cultural “O Potiguar”, João Gothardo Emericiano e Moura Neto abriram espaço para seus textos, o incentivando a escrever. Atualmente, seus artigos e crônicas têm espaço no Jornal de Hoje, Tribuna do Norte e Diário de Natal. Aliando artes plásticas ao texto, o artista/escritor trabalha no projeto do livro “Memórias de Botequim”, narrando e retratando os acontecimentos dos últimos dez anos que testemunhou, vividos na boêmia do Beco da Lama.

Segundo Serrão, não há condições de viver trabalhando com artes plásticas em Natal. Em sua opinião, o artista tem que ser eclético, produzindo muito e sobreviver com outra função, transcendendo a pintura, como ilustrar livros, trabalhos publicitários e editar material livresco.
-
Recentemente, o artista ilustrou o livro de cordel do poeta Manoel Azevedo, “Cordel da Cachaça”. Serrão e o poeta mantêm uma editora chamada “Serrote Preto”, e vai lançar outro livro, um cordel histórico do século passado, “O ABC dos Canelas”, do poeta Preto Salvador, narrando o massacre em Santana dos Matos.

Franklin Serrão já participou de várias exposições coletivas de arte, entre elas a “III Mostra de Arte Prata da Casa”, realizada na Base Aérea de Recife, onde conquistou o 1º lugar na categoria ‘pintura’ com a obra “Auto retrato”. Em maio do ano passado, realizou sua primeira exposição individual “Expressionismo”, na galeria de artes do Bardallos, em Natal.

Em novembro passado, o artista ainda realizou uma exposição individual na Feira de Sebos de Natal, na praça André de Albuquerque. O tema da exposição foi “Dom Quixote De La Mancha”, em homenagem aos 400 anos desse clássico da literatura espanhola, escrito durante o cárcere, por Miguel de Cevantes.

Nenhum comentário: