O objetivo dessa carta aberta ao público é explicar o motivo pelo qual não nos apresentamos nesse último dia 05 de julho de 2008, referente à abertura do show dO Teatro Mágico em Natal, no Auditório do Centro de Convenções. Por respeito ao público, aos nossos fãs, amigos, e à imprensa, achamos que devemos dar essa satisfação.
Antes de tudo, gostaríamos de ressaltar que não temos nada contra O Teatro Mágico (grupo pelo qual temos muito respeito). Infelizmente não chegamos a ver o espetáculo do grupo, nem conhecer ou trocar idéias com os seus integrantes, o que poderia ter sido bem interessante.
Na verdade a noite tinha tudo para ser interessante e mágica também para nós. O lugar, a dimensão do evento, uma possível interatividade com o grupo principal, etc.
Infelizmente partiram da própria produção dO Teatro Mágico os motivos que impossibilitaram nossa apresentação.
Chegamos ao auditório do Centro de Convenções às 10h30min da manhã, e quando pudemos iniciar nossa passagem de som em torno de 1 hora da tarde fomos interrompidos pela produção dO Teatro Mágico que pediu para que parássemos e saíssemos do palco, pois eles precisavam passar o som deles e nós estávamos atrasando esse trabalho. Voltamos mais tarde para passar o som, às 16h30min, mas a organização dO Teatro Mágico não saiu mais do palco até praticamente às 19 horas (mesmo todos sabendo que o evento estava marcado para começar às 18 horas, que havia uma banda para fazer a abertura e que a mesma ainda não havia passado o som, e que o respeitável público já se acumulava inquieto lá fora, visivelmente irritado com o atraso). Para completar, quando finalmente pudemos subir no palco para passar o som (1 hora depois do horário que o show havia sido marcado para iniciar), não pudemos simplesmente virar um pouco uma caixa de retorno para que o guitarrista Edu Gómez pudesse escutar sua guitarra.
O lugar dessa caixa de retorno estava devidamente marcado e ela poderia voltar perfeitamente para o seu devido lugar depois do nosso show, afinal tudo estava sendo acompanhado por um técnico de som competente. Mas o pessoal da produção dO Teatro Mágico foi radical na proibição desse pequeno gesto. Se esse raciocínio deles tivesse fundamento não haveria MADA, DoSol, nenhum festival, nenhum evento com mais de uma banda dividindo o mesmo palco. O pior de tudo foi a forma como fomos tratados pelo Sr. Daniel Pereira (responsável pelo som e representante do Teatro Mágico). O Sr. Daniel Pereira foi altamente arrogante, mal educado, grosso, estúpido, desrespeitoso, preconceituoso, mesquinho, e não só conosco. Entre outras coisas nos colocou (acompanhado da produtora do grupo): que nós estávamos querendo mexer em todo o palco (!), que a luz era uma droga, que o som era uma porcaria, que o lugar não prestava, e que ele já sabia que seria uma merda vir fazer esse show em Natal. Fomos praticamente ignorados todo o tempo por ele, e a impressão que ficou é que ele realmente não queria que nós abríssemos o show.
Enfim, já não bastasse o atraso imenso, já não bastasse não termos passado o som, se quiséssemos fazer o show não podíamos mexer em nada, sequer virar um pouco essa caixa de retorno (que era a única coisa que queríamos fazer). Que teríamos que nos adaptar. Senão não haveria show dO Teatro Mágico. Então longe de nós estragarmos a festa da atração principal e do público ávido para ver a trupe de São Paulo. Ao mesmo tempo também não podíamos estragar nosso próprio show, onde não havia nenhuma condição e mais nenhum clima para ser realizado. Afinal, também temos nosso próprio show, temos nossa dignidade, nosso auto-respeito, e nosso respeito para com o público.
Decidimos nos retirar para deixar a festa principal acontecer. Que por sinal, aconteceu com o sucesso esperado. Nossos agradecimentos a outro Daniel, o Daniel Cavalcanti Campos, da produção local que gentilmente nos convidou para fazer o show de abertura. E parabéns ao grupo pelo seu Teatro Mágico. Infelizmente não foi o mesmo teatro do Sr. Daniel Pereira: um teatro sem nenhuma magia, um teatro feio, muito feio.
Depois soubemos que a produtora do grupo reconheceu para a produção local que o técnico Daniel Pereira tinha exagerado. Mas já era tarde. Bem tarde. Ou melhor, bem noite: já estávamos longe, chorando o vinho derramado, fazendo o titânico dever de casa da anti-escola de atitude-rock que também veio lá da terra da garoa: "não vou me adaptar"...
Os Poetas Elétricos
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