Igreja Matriz de Sant’Ana. No detalhe, a sombra do Portal em homenagem à Nossa Senhora de Fátima, em frente a Matriz.
Por Alexandro Gurgel
“Quando o sertão era virgem, a tribo dos Caicós, celebre pela sua ferocidade, julgava-se invencível porque Tupan vivia ali, encarnado num touro bravio que habitava um intricado mufumbal, existente no local onde está, hoje, situada a cidade de Caicó”.
(Manoel Dantas, in Homens de Outrora. Editora Sebo Vermelho, Natal RN)
Quando um bravo turista resolve visitar as terras seridoenses, a beleza da terra de Nei Leandro de Castro parece mais hospitaleira do que nunca. Depois da invernada de junho, o açude Itans transbordou água pra todo lado, enchendo de fé e esperança os lares dos caicoenses urbanos e levando fartura à mesa daquele agricultor, morador de sítio, castigado pela última seca.
Caicó é terra de Sant’Ana, a capital do Seridó e a cidade mãe do poeta Chico Doido de Caicó. O lugar já recebeu vários nomes: Ribeira do Seridó, Vila do Príncipe e Queicuó. Segundo os ensinamentos do mestre Câmara Cascudo, a origem do nome Caicó se encontra entre os índios e, dentre as várias versões existentes, a mais aceitável é a que pertence ao idioma dos Tarairiús, do grupo dos Cariris, que habitavam aqueles sertões. Esses indígenas identificavam a palavra Cuó, que serve à designação de acidentes geográficos (serra) da região. Ainda o rio pelo nome de “quei”, o que sugere que Caicó seja uma corruptela de “Queicuó”, o mesmo que rio do Cuó.
Passeando pelas ruas da cidade, o visitante descobre vários casarios, com sua arquitetura do século XVIII ainda preservada e bem cuidada pelos moradores. Em um desses sobrados, está instalado o Museu do Seridó, onde o vcisitante tem a oportunidade de conhecer as relíquias dos antepassados caicoenses, bem como sua cultura e tradições.
Localizado na periferia da cidade, o Castelo Engady foi construído pelo pároco da cidade, monsenhor Antenor Salvino, em 1974. Para o deslumbramento do visitante, fazendo um passeio através do tempo e da história, o castelo Engady tem sua arquitetura em estilo mouro-medieval, abrigando detalhes de castelos europeus do século XV.
Numa manhã de sábado em Caicó, o turista poderá fazer contato com o povo do lugar para sentir a gentileza e a hospitalidade das pessoas. Na tradicional feira livre ou no antigo Mercado Público Municipal; na Praça da Liberdade ou no Bar de Ferreirinha (conhecido reduto etílico, político e cultural da cidade), o povo caicoense está sempre celebrando a cultura sertaneja.
4 comentários:
Meu caro, a versão de Cascudo é equivocada: Caicó vem de Quei (rio) e Cuó (ave de rapina, a conhecida acauã, cujo nome, por sua vez, é simplesmente corruptela de cuó). Ou seja, Rio da (ave) Cuó. Veja Olavo de Medeiros Filho, mais confiável do que o Mestre Cascudo, nas questões seridoenses. A tribo dos caicós na verdade era a tribo dos curemas que, depois de estabelecida a povoação de Queicuó, e por lá eventualmente passando, também ficaram conhecidos, pelos brancos, por índios "queicuós". Um abraço.
Oi, lendo com mais atenção o seu texto, vejo que naão há muita diferença entre o que afirmei e a sua opinião: a diferença maior está no significado da palavra "cuó". Fico com a versão de Olavo e recuso, neste caso, a opinião de Cascudo, Outro abraço.
Há uma foto sua no Balaio. Abraços.
Moacyr tem toda razao
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