2 de março de 2009

O poeta Volonté será homenageado em Natal no Dia Nacional da Poesia

AG Sued
O irrequieto poeta potiguar Manoel Fernandes de Souza Júnior, o Volonté, será homenageado pela Capitania das Artes no dia da Poesia, que deveria ser comemorado no 14 de março. Porém, a Capitania resolveu celebrar a data na sexta-feira 13... parece até coisas de Mossoró!

Antes que os mossoroenses tirem meu couro, eu explico: em Mossoró, há uma coisa inusitada. Na Terra de Santa Luzia acontece o “Réveillon fora de época”, no final de semana que antecede o último dia do ano. Isso acontece porque no dia 31 todos os mossoroenses se mandam da cidade.

A maioria vão para Tibau, mas uns vêm para Natal e outros para Fortaleza. Quem tem família no interior, se manda pra lá. Na verdade, a Capital Oesteana fica sem uma alma viva. Então, nada mais justo do que celebrarem o ano novo fora de época.

Pois bem... os louvores poéticos começam na manhã da sexta-feira 13 com um café-da-manhã, oferecido pela Capitania das Artes. Logo após, haverá um show dos Poetas Elétricos e a homenagem ao poeta Volonté.

Há rumores pelas ruelas do Beco da Lama que essa homenagem ao poeta foi um grande lobby feito pelo escritor Nei Leandro de Castro. Em suas crônicas semanais na Tribuna do Norte, o poeta é sempre citado ou é o protagonista do texto.

Volonté nasceu em Natal e se criou nas ruas e becos das Rocas. Figura popular na Cidade, o poeta é presença constante nos sebos da Cidade Alta e no Beco da Lama, recanto dos boêmios. O pseudônimo “Volonté” é uma homenagem ao ator italiano Gian Maria Volonté, ator principal do filme “Giordano Bruno”.

Vendo todo o quiproquó celebrista, o poeta Plínio Sanderson resolveu começar as homenagens fazendo versos para o “peripatético Volunté”.

ôh volunté,
volunté...

quando nasceu
um anjo torto (e enlamado)
disse para o rebento manuel fernandes:
Vai menino
vai ser volunté na vida!
e saiu, peripatético da silva
valente valete com seu trovador nas mãos
desfiando a estética cantando joão gilberto
ou o samba-jambo do mautner:
eu não ando eu só sambo, por aí!
de ágora em ágora
via praça ou alecrim
com saudades
do baixo leblon
dos cinemas no centro
do picado na feira do alecrim
do bar mintchura do mirabolante de sá.
continua defectível na labuta
e permeia transeunte quase invisível
entre becos, livrarias e botecos:

EVOÉ, Volunté!

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