27 de março de 2009

Um soneto de Antoniel Campos, Natal RN

Boca Diurna

" Art. 39:
(...)
§ 5º Constituem crimes, (...):
(...)
II - (...) a (...) boca de urna;"
(Lei Nº 9.504/97)


A todo e qualquer impedimento
eu hei de infringir durante o pleito.
Serei feito adesivo no seu peito,
não-nulo, nunca em branco ou abstento.

Eu quero, do que é crime, o agravamento:
showmício em carreata liquefeito,
inúmeros traslados no seu leito,
discursos para o nosso ajuntamento.

Você: meus votos válidos no Ibope.
Serei curva ascendente em seu galope,
beijando as suas coxas — minha urna.

Depois, favas contadas, dia 30,
eu quero que você inda me sinta
fazendo, em você, boca de urna.

Um comentário:

Lívio Oliveira disse...

Ando com saudades desse bom poeta e amigo!
Onde ele anda, Alex?