12 de maio de 2009

Fotografia & Poesia

Foto: AG Sued
Missa
Lívio Oliveira

Toda essa fantástica dor
Que compõe o meu ingresso em ti
Soltou-se dos céus distantes
E azuis.

Disso que eu trago em oferta
Ao teu lago que me espera
Somente digo
Somente faço
Somente me arrisco
Na mágica do teu corpo.

Explorar as fendas
De tuas doces cavernas
Numa escuridão amena
Em que convivo com o eterno:
Eis a missa que sigo.

Não, não temerei
Se estou no vasto panorama
De claros e escuros
De gritos e silêncios
De orações e pecados
De lábios em cor rubra
De seios quentes
De coxas em angústia
De vulva ardendo
De olhos fechados.

O aríete que, guerreiro,
Empunho,
Já penetra o castelo
Em que me fartarei
Nos meus tempos
Derradeiros
De sonho.

Um comentário:

BAR DO BARDO disse...

Direto e reto.
Bom.