9 de junho de 2009

Um poema de Antoniel Campos, Pau dos Ferros RN

Tudo nego

Se não se disse o que pensado
— cego.
Se não se vê o percebido
— mudo.
Se não se sente o que ouvido
— ego.
Sabe-se o ponto não tocado
— tudo.

É como ser o que não tido
— nudo.
Ter como sina o não chegado
— lego.
E cada toque ser riscado
— rudo.
E ao fim e ao cabo resumido
— nego.

(Se cego e mudo, o ego e tudo nego.
Se nudo, lego o rudo, o ego e tudo.
Se nego tudo, o ego é mudo e cego.)

Ser tido um não pensado ou percebido,
sem ter chegado a ouvido ou ser tocado,
tal sido não riscado: resumido.

Nenhum comentário: