8 de agosto de 2009

Um poema de Marcilio Medeiros, Caicó RN

Obscuro

sempre há uma brecha
raios a decepar flores
a nudez das cores reservadas
estiletes eretos na raspagem
da poeira que se esconde
e repousa na limitada
decomposição que lhe resta
as dobras dos móveis
sua carapaça, seu secreto
labirinto onde maturam
os dias passados em objetos

um sopro, uma falha
traz o arpão incendiado
a gralha silenciosa, mas munida
a riscar o olhar assustado
de coisas mal-dormidas

2 comentários:

Art'palavra disse...

Estimado Marcilio: o grande ponto se torna maior com a tua presença poética. Bjos de luz, Grauninha

Luis Fernando disse...

belo poema! linguagem poética tipicamente nordestina