1 de setembro de 2009

40 anos de Woodstock

Um desafio de rimas arretadas entre os poetas Bráulio Tavares e Astier Basílio, comemorando os 40 anos de Woodstock...
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MOTE
só não fiz dar a bunda, mas o resto
eu assumo que fiz em Woodstock.
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BRAULIO:
Já fui muito careta em minha vida
mas um dia perdi toda vergonha
só por causa da tal duma maconha
que fumei numa festa colorida;
era tanta mulher semi-despida,
tanta queda da lama e tanto rock
que o juízo que eu tinha deu desfoque
e eu caí na gandaia sem protesto...
só não fiz dar a bunda, mas o resto
eu assumo que fiz em Woodstock.
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ASTIER:
Trouxe um beque gigante dei pra Richie
Havens que perguntou "where are you from?",
respondi "from Brazil", e ele "bom,
"bem melhor dos que o de New York City"
Eu falei: vai negão, não tem limites
e aprume, se esquente, se retoque
ele disse "Meu Deus!", eu dei-lhe um toques
e a música acabar "freedom" é o gesto.
Só não fiz dar a bunda, mas o resto
eu assumo que fiz em Woodstock.
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BRAULIO:
De carona cheguei, na madrugada,
numa kombi que vinha “assim” de hippie,
logo ali começou a minha “trip”
vendo Janis cantar alucinada;
eu provei mescalina batizada
e um haxixe que veio de Bangkok;
fiz discurso arrasando Papa Doc
e assinei muito mais de um manifesto...
Só não fiz dar a bunda, mas o resto
eu assumo que fiz em Woodstock.
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ASTIER:
Um pacote de fumo, por um triz,
não ficava retido na alfândega.
Ao chegar em Bethel fui rei da pândega
escutei Arlo Guthrie e pedi bis
eu queria ir pra "Los Angeles";
amarrei meu cabelo, fiz um coque.
Mas achei minha irmã e não se choque
se eu disser pra você que teve incesto
Só não fiz dar a bunda, mas o resto
eu assumo que fiz em Woodstock.

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