4 de setembro de 2009

Um soneto de João Gualberto, Natal RN

Gorjeios

Só o sábio sabiá compreende
Os meus gorjeios, “oh, amor, me aqueça”.
Venho ao solar do amor, você acende
A luz de uma ilusão em nossas cabeças.

Você acena, me chama, apareça.
Apareço, sua ausência surpreende.
Dedilho o chorinho “Não me esqueça”.
Quem esquece o amor, o amor ofende.

Ai, breves olhares você me lança
Ai, corpóreos pudores da nudez
Ai, as lágrimas da desesperança.

Palavra e poesia, envelhecidas,
A colher versos e a salvar de vez
O sonho de amor em nossas vidas.

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