17 de dezembro de 2009

O paraíso se revela em Barreiras

Seguindo o curso do Rio Tubarão, a comunidade de Barreiras parece que parou no tempo, onde o progresso teima em não chegar. Sob as bênçãos de São Sebastião, a pequena vila de pescadores já teve dois nomes: Olho Água e Mãe Dágua. No início do Século XX, o lugarejo era chamado de Barreiras Dágua. Hoje, a população conhece o lugar simplesmente por Barreiras.

A história de Barreiras se confunde com a religiosidade do seu povo. No ano da graça de 1913, foi fixado um cruzeiro pelos padres jesuítas Caetano e Bernardino Araújo, começando a construção da capela. O rio Tubarão já era conhecido dos europeus, desde o Século XVI, quando os índios os guiaram para a conquista do território de Macau. O local passou a ser colonizado e habitado após a expulsão dos holandeses, na metade do Século XVII.

Como a atividade turística ainda está engatinhando, quem vai fazer turismo em Barreiras sabe que esse tipo de “turismo ecológico” é para quem gosta de conviver com a natureza. A vila não oferece nenhuma infra-estrutura para receber quem procura conforto ou baladas noturnas. Para começar, não tem hotel ou pousada. Quem quiser pernoitar em Barreiras, tem que dormir numa casa de uma família nativa.

Barreiras também não tem restaurantes chiques, mas isso não impede que o visitante se delicie com gostosos e variados pratos da cozinha da região, a base de frutos do mar, principalmente de sardinha fresquinha que chega todas as tardes, trazidas pelos barcos. Os pequenos bares têm sabores como a “sardinha na pressão”, principal iguarias de Barreiras.

O diferencial em Barreiras é o manguezal ao longo do Rio Tubarão, separando as praias da vila com o mar aberto. Quando a maré está seca, o rio quase desaparece, criando um visual único de fileiras d’água. Quando o rio enche com a maré, nativos e turistas tomam banhos deliciosos nas suas águas mansas. Vale a pena um passeio de barco até a costa, atravessando os igarapés e observando a riqueza da fauna marinha da região.

No final da tarde, é aconselhável um passeio despretensioso pelas dunas de Barreiras e apreciar um belíssimo pôr-do-sol entre dunas, mangue e mar. Outra opção turística é percorrer os dois quilômetros da “Trilha dos Olheiros”, entre Barreiras e Diogo Lopes, para ver a água doce de beber, que está acumulada nos lençóis freáticos, transbordando das dunas e das pedras calcárias.

Com um povo hospitaleiro e acolhedor, Barreiras está 25 quilômetro de distância de Macau. Vale à pena visitar a praia do “Oco da Cobra” para apreciar um peixe frito pescado na hora ou uma saborosa sardinha na pressão. Já a calmaria da praia “Chico Martins” é propícia para longas caminhadas, onde o turista poderá observar cavalos mecânicos puxando petróleo da terra.
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A pesca de sardinhas é a principal fonte de economia da comunidade.
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Igreja de São Sebastião, padroeiro de Barreiras.

Paraíso ecológico de Barreiras, distante 35 km de Macau.

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