21 de janeiro de 2010

Um poema de Alceu Valença, Olinda PE

Na primeira manhã

Na primeira manhã que te perdi
Acordei mais cansado que sozinho
Como um conde falando aos passarinhos
Como Bumba-Meu-Boi sem capitão
E gemi como geme o arvoredo
Como a brisa descendo das colinas
Como quem perde o prumo e desatina
Como só no meio da multidão
Na segunda manhã que te perdi
Era tarde demais pra ser sozinho
Cruzei ruas, estradas e caminhos
Como um carro correndo em contra-mão
Pelo canto da boca um sussurro
Fiz um canto demente, absurdo
Um lamento noturno dos viúvos
Como um gato gemendo no porão
Solidão...!!!

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