por Alexandro Gurgel
Já se foi o tempo em que eu me orgulhava ser da Terra Potiguar, quando ia ao Castelão (agora Machadão) para ver o ABC jogar. A partida de ontem contra o Flamengo, válida pela Copa do Brasil, mostrou o futebol chinfrim que se pratica nos campos onde um dia jogou o grande Marinho Chagas, o maior lateral direito do mundo e titular da Seleção Brasileira em 1974, no mundial da Argentina.
Transmitido ao vivo e em cores pela Rede Globo, o jogo aconteceu na novíssima casa do time, Estádio Frasqueirão (alguns insistem em chamá-lo de “Cunhão”, em homenagem ao atleta alecrinense Da Cunha, que inaugurou o gol do estádio). O jogo mostrou o time alvinegro apático em campo, sem atitudes para o ataque. E na máxima do futebol “quem Não faz leva”, o ABC terminou perdendo pelo placar de 1 x 0.
No primeiro tempo, o time local chutou apenas duas bolas ao gol. Uma foi pra fora e a outra o goleiro carioca pegou com facilidade. No início do segundo tempo, o ABC ainda mostrou uma reação de ataque, parecia até que poderia se impor em campo, já que jogava em sua própria casa. Mas, a única coisa que os comentaristas globais elogiaram foi a drenagem do campo. Apesar da chuva torrencial que caiu, o campo não formou poças d’àguas.
O atacante abecedista Barata parecia mais uma lesma. Um moleirão. Não ganhou uma jogada para os zagueiros flamenguistas. Na segunda metade do jogo, ele não chutou nenhuma bola ao gol. O único jogador do Mais Querido que tentou mostrar serviço foi o meia-direita de nome garboso Daniel Bamberg, chutando algumas bolas de longe, sem maiores perigos.
O Flamengo esteve muito perto de golear o time potiguar. Duas bolas na trave salvaram o ABC de ter passado a maior vergonha em rede nacional. O único jogador que se destacou no alvinegro – e no jogo – foi o goleiro Adriano que fechou o gol com defesas importantes. Há rumores que o Clube Atlético Potengi já pensa em contratá-lo para disputar a série B do campeonato estadual, já que o ABC ficará um tempo de “molho”, sem disputar campeonatos, esperando o segundo semestre para participar da terceira divisão do Campeonato Brasileiro.
Mas, apesar de perder para o Flamengo, o ABC garante o jogo de volta no Maracanã, um estádio onde todo jogador quer jogar um dia. Além de fazer um tour para conhecer de perto os cartões postais da Cidade Maravilhosa, os jogadores ainda vão ter a honra de enfrentar o Flamengo dentro de um templo sagrado para o futebol mundial. É a glória para qualquer atleta.
O difícil é agüentar a esperança, que alguns torcedores mais fanáticos têm, com a possibilidade do time natalense vencer o Flamengo com três gols de diferença, em pleno Maracanã. Agora, o ABC vai ter uma outra oportunidade para mostrar seus patrocinadores para todo o Brasil. A camisa do clube parece mais um carro de fórmula um com tantas logomarcas de empresas tupiniquins. Só faltou a logomarca da Samba (Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências), que já estou providenciando para estampar a camisa do ABC para o jogo no Rio de Janeiro.
Um comentário:
o blog tá cada dia melhor. É bom ver a semente germinando e dando frutos. parabens. te amo. Cléo
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