25 de junho de 2006

Contonete, de palhaço a padre

Foto: Alexandro Gurgel
Carlos José, interpretando o Padre Motta, no espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró.

Por Leonardo Sodré

O ator Carlos José da Silva, 29, o "Contonete", é palhaço profissional em Mossoró, mas atua, também, em papéis dramáticos. Atualmente interpreta o padre Mota no espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró. Ele é casado e tem um filho.

Além de trabalhar como palhaço em festas de crianças e adultos, trabalha na revista Papangu na função de PPTO, cargo que segundo ele significa "Pau Para Toda Obra". "Lá eu dirijo carro, faço fotos, contatos de publicidade e qualquer coisa que aparecer", completa rindo. "O nome Contonete é para diferenciar de Cotonete, que é uma marca registrada", explica.

Durante um ano e seis meses participou do elenco do grupo O Pessoal do Tarará, depois esteve na Companhia Escarcéu e por último do grupo Face Oposta. Atualmente atua sozinho fazendo trabalhos de animação infantil e publicidade em carros de som e portas de lojas incorporando o palhaço Contonete.

Sobre o início de sua carreira, conta que começou a atuar como ator aos nove anos no bairro Walfredo Gurgel. "Sempre fui atraído para o lado do humor e no quintal da minha casa fazia, junto com alguns amigos, uma espécie de circo que atraía toda a vizinhança. Tinha até um amigo que andava na corda bamba e soltava fogo pela boca", esclarece.

O COMEÇO
Em 1989 conheceu o ator Cristian, que já trabalhava como palhaço e que tinha ido morar vizinho a sua casa. "Foi uma sorte que tive, porque com ele fiz várias oficinas, junto com mais umas trinta pessoas". Com o tempo o pessoal foi desistindo e somente ele continuou no ramo, sendo que recentemente esteve em São Paulo, fazendo uma temporada no Circo Agnus Dey. Explica que o nome do circo (Cordeiro de Deus) nada tem haver com religiosidade. Apenas o dono gostava do nome. "Conseguiu o emprego porque com cinco dias que estava em São Paulo me encontrei com meu antigo amigo e professor Cristian, e então surgiu a oportunidade de atuar no programa "Nota 10" do apresentador Otávio Mesquita por cinco minutos. Uma espécie de gincana. Queriam um palhaço e me deram uma chance. Fiz uma excelente apresentação e aí o circo me viu", comemorou.

Ele ainda atuou por trinta dias em Goiânia (GO), participando do espetáculo "A Mala dos Mamulengos" antes de voltar definitivamente para Mossoró.

O circo sempre foi o sonho de infância de Contonete, mas quis fazer outras coisas e queria morar em Mossoró. Por isso voltou, "senão, ainda estava por lá. Quem sabe fazendo muito sucesso" relata. Mas queria mesmo era estar em sua terra natal, "onde sou feliz mesmo com todas as dificuldades que passo".

Diz que é o único palhaço da cidade registrado na Delegacia Regional do Trabalho e que também é filiado a Associação Brasileira de Circo e Sindicato dos Artistas e Técnicos de Teatro. Lamenta ter parado de estudar na 8ª série e diz que agora não tem mais tempo para isso. "Eu não devia ter parado de estudar e prometo sempre a mim mesmo que um dia voltarei aos bancos escolares para continuar e até me formar um dia", enfatiza.

Contonete mantém shows prontos para aniversários de crianças e adultos, com malabarismos, mágicas e atirador de facas. Atende pelos fones 3312-3092 e 8846-0630 e pelo e-mail contonete@gmail.com.

Matéria publicada no jornal O Mossoroense, em 25 de junho de 2006.

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