25 de junho de 2006

Extra Paula Copa do Mundo

Foto: Alexandro Gurgel
Casal mossoroense comemorando a vitória da Seleção Brasileira na Avenida Presidente Dutra.

Carnaval na Copa
Antigamente, quando a Seleção Brasileira ganhava seus jogos em Copa do Mundo, os natalenses desciam a Ladeira do Sol para comemorar a vitória em clima de carnaval na Praia dos Artistas. Alguns anos depois, Natal não oferece um lugar para as grandes concentrações de público após os jogos do Brasil. Atualmente, nessas terras cascudianas, as pessoas preferem ficar nos bares, restaurantes ou em casa. Enquanto isso, lá em Mossoró todo mundo vai à Avenida Presidente Dutra para extravasar a alegria de uma vitória em Copa do Mundo.

Nomes estranhos
O Brasil já teve seu quadrado mágico, agora é a vez dos “inhos” brasileiros fazerem à festa. Juninho, Cizinho, Ronaldinho e Robinho são as mais recentes estrelas da Seleção jogando um futebol bem “ão”. Agora, durante a primeira fase da Copa do Mundo era possível destacar nomes como Zé Kalanga (Angola), Plasil (República Tcheca), Porras (Costa Rica), Pimpong (Gana), Grosso (Itália) e cinco jogadores da Coréia com nomes de Lee.

Imprensando na pauta
O jornalista esportivo, Everaldo Lopes, na sua coluna Apito Final na Tribuna do Norte, registrou a agonia de alguns repórteres tupiniquins para encontrar estrangeiros, em Natal, que sejam nativos dos países que o Brasil vem enfrentando na Copa do Mundo da Alemanha. No primeiro jogo, quando o Brasil enfrentou a Croácia, não havia a opinião de nenhum croata nos jornais locais. Depois, quando a Seleção Brasileira enfrentou a Austrália, houve uma verdadeira caça a um australiano para uma entrevista. Contra o Japão foi mais fácil. Afinal, os japoneses estão em todos os lugares. Agora, chegou a hora de buscar jovens ganeses que estudam na UFRN para ouvir sua motivação de enfrentar nosso selecionado.

Zinha de Itajá
O jogador potiguar, nascido e criado no sertão de Itajá, naturalizado mexicano e defendendo a seleção do México como titular, Zinha foi o primeiro norte-riograndense a fazer um gol numa copa do mundo e o segundo a participar. O primeiro jogador potiguar a participar de um mundial de futebol dói Marinho Chagas, a Bruxa, durante a Copa do Mundo da Alemanha em 1974 e na argentina em 1978.

Aconteceu em Jardim do Seridó
O fato narrado a seguir teria acontecido no início dos anos 50 na cidade de Jardim do Seridó, interior do Rio Grande Norte, então com 1,5 ou 2 mil habitantes. O seu time de futebol, muito respeitado nas vizinhanças, tinha como goleiro um funcionário dos Correios, o seu Garcia, ligeiramente gorducho, mas muito ágil, segundo testemunhas da época. Num jogo em Jardim contra uma das cidades vizinhas (Caicó? Parelhas? Acari? Ouro Branco? Currais Novos?), o juiz tivera a coragem de marcar um pênalti (aparentemente duvidoso) contra as cores jardinenses. O atacante adversário, conhecido por seu potente chute, preparava-se para bater a penalidade quando Garcia, em jogada bem pensada para mexer com os brios do temido goleador, resolveu ficar de costas para o sujeito. Espanto geral. Apreensão entre os torcedores. Um sol de rachar o quengo. O centro-avante, mostrando-se nervoso, reclamou perante o juiz da partida pela insólita situação provocada por nosso goleiro. Mas o juiz, na dúvida, já que desconhecia qualquer regra que impedisse que o goleiro ficasse de costas para o atacante, mandou bater o pênalti assim mesmo. E Garcia continuava de costas, no centro da meta, movimentando as pernas e os braços. Parecia um arremedo de bailarino, mal saindo do lugar. Suspense geral. Silêncio paralisante. Até as andorinhas abismaram-se no ar, acima do campo. Ao apito do juiz, Garcia virou-se de repente: o tempo necessário para encaixar a bola, chutada sem a menor força pelo atacante, que ficara desnorteado diante da inesperada situação. Pior: chutara no meio do gol. Entre gritos de puro alívio embriagador, a multidão delirava com o arqueiro da nossa pequena cidade. 50 anos depois, a dúvida permanece: terá mesmo ocorrido tão inusitada acontecença? Não sabemos, mas entre a realidade e a ficção, publique-se a ficção. Ou a lenda. Como em John Ford.
História pescada do blog Balaio Vermelho

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