23 de junho de 2006

Fábio Eduardo expõe sua arte no Senado Federal

Foto: Alexandro Gurgel
O artista potiguar, Fábio Eduardo, apresenta uma série de danças folclóricas. Na foto, o cordal vermelho e azul com as dançarinas do Pastoril.

Desde a quarta-feira passada, Natal tem mais um dos seus talentos – e por conseqüência a sua própria cena artística – representados em primeiríssimo plano na Capital Federal. Por indicação do senador Fernando Bezerra, o artista plástico Fábio Eduardo está sendo representado com um dos seus mais recentes trabalhos – a tela Pastoril, da série Danças Folclóricas – na importante mostra coletiva Artistas Brasileiros 2006 instalada no imponente Salão Negro do Congresso Nacional.
Fábio começou ainda criança, aos seis anos, no Jardim da Infância do Padre Thiago (Thielsen). Aos poucos teve despertado o gosto pela aquarela, a tinta guache e o lápis de cor, pintando livros de colorir. Trazia material para praticar em casa, mas foi no primário, que os professores observaram sua inclinação para a Arte. Depois do concurso Grande Mural da Cidade da Criança, realizado em 1979, aos nove anos, sentiu-se mais motivado a prosseguir na carreira de artista plástico. Sua madrinha trabalhava com Levi Bulhões na UFRN e foi ela que o incentivou ao amadurecimento gradativo junto ao próprio Bulhões.
Quando ingressou no Instituto Ary Parreiras, durante as aulas de Educação Para o trabalho, Fábio experimentou com técnicas como tecido, vitrais e estampa em serigrafia. Já no Colégio Augusto Severo, travou contato com nomes admirados do Atelier Central - Jomar Jackson, Jair Peny, entre outros. No atelier, passou a ler e pesquisar História das Artes Plásticas. Admirador de Dorian Gray, ‘‘quando passava perto da Praça das Mães e via aquele painel dele’’, também admirava Newton Navarro, conhecendo artistas de renome das outras gerações e visitando exposições de Tomé, Diniz Grilo e seu ‘‘Surrealismo Regional’’. Ele falou ao Muito sobre a chance de, finalmente, estar sendo reconhecido em outra região.

Entrevista:

Como você define hoje o seu trabalho?
Venho buscando uma linha contemporânea, mas sem deixar de beber nas fontes do folclore nordestino, dando roupagem nova a ele, uma estampa nova aos personagens, às roupas. Algo mais contemporâneo.

O que significa ter sido escolhido para representar o Rio Grande do Norte na mostra Artistas Brasileiros 2006?
Está sendo uma coisa muito boa, porque estou trabalhando e pesquisando. Também preparo atualmente a minha quarta exposição individual, dos meus 20 anos de Arte. Essa indicação do senador Fernando Bezerra foi um presente. Vou mostrar um dos primeiros trabalhos dessa nova fase, da série Danças Folclóricas. Ela terá 15 telas.

Em que sentido o evento contribui para o seu desenvolvimento como artista?
Não só para mim, como para todos os outros artistas que participaram ano passado. É um incentivo, um reconhecimento para as Artes Plásticas do Rio Grande do Norte como um todo. A obra vai ser catalogada num livro junto a todas as outras participantes dos estados do Brasil, além de ser submetida ao olhar crítico dos especialistas.

Como você define o seu estilo de pintar?
Tenho vários estilos: um pouco de futurismo, do cubismo, do neoclássico. Meus quadros lembram o Naïf, por causa da estilização que dou aos meus personagens, o que confere um ar de boneco a eles. Busco a cada dia uma linha contemporânea, mas que não deixe de beber nas raízes do Folclore Nordestino.

O que você gostaria de ver como fato novo nas Artes do Rio Grande do Norte?
Esse primeiro passo: da arte da gente ir lá pra fora. Temos artistas muito bons aqui em Natal. O que está faltando é isso: expor em Brasília, São Paulo, nos grandes centros. Que os órgãos do Governo promovam excursões dos artistas locais.

Matéria publicada no Diário de Natal, em 23 de junho de 2003.

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