24 de abril de 2007

Fotografia e Poesia

Foto de 1917 na França. Fotógrafo anônimo.
Alguns poemas de Chico Doido de Caicó
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Sonhei um sonho arretado:
As raparigas de Maria Boa
Me lambiam Da cabeça aos pés.
Quando acordei Lampeão Virgulino
Me olhava com olhos
De poucos amigos.
Caguei-me todinho.
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Quero pau, quero pau,
Exclamava a jovem aflita
Com sua nhenheca em brasa
Diante do meu caralhau.
Mais do que depressa
Passei-lhe a pica ardente
Para depois, logo depois,
Ouvir um som fremente:
Quero mais, quero mais.
E eu, com a voz gulosa:
Meu bem, que tal atrás?
Meu bem, que tal atrás?
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Sou macho
Eu também já broxei.
Sou macho
Eu também já levei porrada.
Sou macho
Eu também já dancei tango em Caruaru.
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Gosto de mulher de tudo que é jeito
Até das muito bonitas
Que não sabem foder muito bem
E até mesmo daquelas
Que nunca deram o xibiu
Para o meu consumo.
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Uma talagada de cana
Uma amizade bacana
Uma buceta sacana
Pra que mais?
Pra que mais?
Uma poesia carnuda
Uma palavra cabeluda
jovem bucetuda
Pra que mais?
Pra que mais?

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In “69 Poemas de Chico Doido de Caicó”, organizado por Ney Leandro de Castro e Moacy Cirne. Editora Sebo Vermelho. Natal RN, 2002.
Em tempo: O livro obteve uma adaptação teatral com direção de Leon Góes. O espetáculo “Chico doido de caicó” foi exibido na Sala Monteiro Lobato do Teatro Villa Lobos, no Rio de Janeiro.

Um comentário:

Moacy Cirne disse...

Epa!, o velho e bom Chico Doido sempre surpreende. E você, meu caro Alex, viu a última da Maria Bunita no seu Diarim. Será que o Capitão vai permitir que ela conheça o Beco? Essa minina vai longe! Abraços.