Foto: AG Sued
Mulheres servidas em Bloody MaryLívio Oliveira, Natal RN
Receito-me,
ousadamente,
o que se proíbe
ao vulgo.
Indico-me
uma inglesa,
uma colher de molho,
inglesa loira,
preferentemente
de Liverpool,
onde a música
renasceu, pós-Mozart.
Mililitros
de suco de tomates,
vermelhos,
sensuais,
pecaminosos,
com pele
aberta
ao tato,
à língua
cortante
e ácida.
Colher única
de suco cítrico,
limões
para salivar.
Gotas de tabasco
aquecendo
veias reentrantes
nos vôos rasantes
dos atos
do amor.
Vodka,
russa,
ruiva.
Esta serve-me,
entretendo-me,
fazendo-me poucas
as lembranças
vazias.
Vodka,
enchendo-me
de presenças
felizes, santas,
como o sangue de Maria.
Cubos de gelo
derretendo no calor,
milhões, os graus,
Celsius ou Farenheit.
Bocas e pimentas-do-reino:
bela combinação
de sensações
e loucuras latinas,
morenas.
E, quando a receita
parece estar toda,
recomendo-me,
ao gosto,
belos seios
negros,
intumescidos,
e uma pitada
de sal.
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