2 de junho de 2007

Fotografia e Poesia

Foto: AG Sued
Apelo Iniciante
Lívio Oliveira, Natal RN

Quando ouvi sua voz de menina
não entendi o apelo.
Senti, longe, o perfume.
Próximo, próximo,
o seio doce.
Deu-me o amor que eu queria
e eu ainda não sabia.
Não entendi o apelo,
aviso primeiro,
sinais dos sentidos.
Eu brincava com sua língua,
pingando desejo.
Eu não sabia mesmo.
Não entendi o chamado
e me perdi, no mapa desenhado
em suas costas,
em suas curvas.
Era o primeiro
e ainda eu não percebia.
E perdi o amor que usufruía
nas curvas da noite,
nas retas do dia.

3 comentários:

Moacy Cirne disse...

Lívio tem-se revelado uma grata e sensível surpresa na nova poesia potiguar que se expressa através da palavra.

Anônimo disse...

O "Apelo iniciante" de Lívio é de alguém iniciado na poesia. O poema inteiro aguça os "sentidos": ouviu a voz, sentiu o perfume; com a língua, o paladar. "Viu" o mapa das costas, com muito tato. Parabéns para ele, parabéns para Alexandre que está publicando essa sequência de "eróticos".
Um abraço, Lisbeth

Anônimo disse...

Grato demais pelas palavras de duas inteligências e sensibilidades privilegiadas: Moacy Cirne e Lisbeth Lima.

Assim é que dá vontade de continuar!

Abração de Lívio